Publicado às 6h desta segunda (18)
Afirmando que importante é estar junto, independente de distância, credo, classe, e coloração política, a família Pereira do Pajeú reuniu gerações em seu terceiro encontro nacional ocorrido no último sábado (16), em Serra Talhada. O evento foi realizado no Rufinos Fest Clube, no bairro da Caxixola atraindo dezenas de membros de diferentes regiões do país. A família Pereira é um das mais tradicionais da capital do xaxado e vem participando intensamente da vida política local desde antes da emancipação de Serra Talhada, em 1851.
A iniciativa do encontro criou um ambiente harmonioso para rever parentes, exaltar o sentimento de orgulho de ‘ser Pereira’, compartilhar leituras sobre as histórias de bravura e guerra dos seus antepassados e, claro, brindar a vida e a alegria do reencontro. Durante a festa, o Farol conversou com Sérgio Elias Wanderley, natural de Viçosa (AL), um dos primeiros a imaginar a possibilidade de reunir a família, primeiro pela internet, depois presencialmente.
“Em 1932 os meus avós, Manoel Nunes Wanderley de Santa Rita e Olindina Pereira Wanderley, que no caso é neta do Barão do Pajeú, saíram daqui e foram para Viçosa, Alagoas. Hoje eu tenho 51 anos e sempre tive interesse em querer saber as origens da minha família paterna, o meu pai é Pereira, filho deste casal. Então, através da internet procurei a família, criei uma página no Facebook, botei fotos e comecei a reencontrar a família. Organizamos um grupo no WhatsApp e tiveram a ideia de fazer o primeiro encontro em 2016, foi um grande encontro com mais de 500 pessoas. Tudo por conta, digamos assim, de um alagoano Pereira”, comentou.
Conversamos também com o escritor, médico e professor cearense Helvécio Feitosa, que apresentou o resultado de dois importantes trabalhos de pesquisa sobre os antepassados da família. Os estudos culminaram nos livros Pajeú em Chamas e A Raposa do Pajeú, compartilhados entre os familiares com grande exaltação durante o evento.
“Eu sou daqui do Pajeú, neto de Ioiô Maroto, o Crispim Maroto. Nós vinhemos ao primeiro, ao segundo e ao terceiro encontro, e viremos aos demais que por ventura acontecer. Existe esse espírito de família, todo o mundo se trata por primo, independente da distância. Esse espírito Pereira remete a cultura do interior, que hoje nos grandes centros está se dissipando. Mas a gente preserva essa cultura do Sertão, se a gente é do mesmo laço familiar a gente se trata tudo por primo porque é uma forma de consideração, de aproximação, de amizade que eu acho que é muito bacana. Isso fortalece os laços de amizade, o espirito familiar e os laços de solidariedade entre a gente. Isso faz uma diferença muito grande, a preservação desses laços. Então, tem uma grande história por trás disso tudo, que faz com que a gente esteja presente aqui no terceiro encontro”.
O Farol também ouviu, durante o evento, Graça Pereira, o ex-prefeito Carlos Evandro e o presidente da OAB-Seccional Serra Talhada, Allan Pereira. Eles conseguiram resumir bem o sentimento de ‘ser Pereira’ no contexto do século XXI: o de orgulho de fazer parte de uma família centenária que até hoje vem contribuindo com os rumos da cidade. Assim, cantando e dançando, os Pereiras renovaram a chama do espírito familiar. Além de produzirem camiseta, o evento contou com um bonito salão de entrada onde foi estampado o brasão do clã, local também de muitas ‘selfs’.
Confira as imagens do evento.
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