
A família do idoso encontrado morto dentro de uma oficina no bairro São Cristóvão está indignada pela falta de empatia dos serra-talhadenses. O caso foi manchete no Farol de Notícias nesta segunda-feira (25).
A vítima foi identificada pelos familiares como José Aparecido da Silva, 59 anos, morador do bairro Baixa Renda, trabalhava como pedreiro. Segundo a família, ele era muito trabalhador e dedicado aos serviços que prestava.
Ele era natural do estado do Paraná, mas morava em Serra Talhada a infância. Através das redes sociais, diversos boatos surgiram sobre o que poderia ter ocasionado o acidente.
Desse modo, a filha da vítima, Rylla Érica, de 37 anos, deu um depoimento emocionado em defesa do pai.
Em contato com a reportagem do Farol de Notícias, ela contou que é serra-talhadense que hoje mora em Ipubi, no Sertão do São Francisco.
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De acordo com ela, José Aparecido tinha sérios problemas com a bebida, nos últimos meses ele estava bebendo descontroladamente. No entanto, decidiu parar e pediu a ajuda de seu irmão.
Em meio as crises de abstinência do álcool começou a sofrer alucinações e foi levado para atendimento no Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (Hospam).
“Ele chegou ao fundo do poço mesmo com a bebida. Na última semana resolveu que não beberia mais. Foi onde começaram os surtos. Ele dizia que via demônios, gente com arma para matá-lo. Na madrugada do sábado (23) saiu correndo na rua. Meu tio saio do trabalho e o levou para o Hospam. O médico passou umas medicações e foi liberado. Em casa, meu irmão disse que ele ficava deitado conversando sozinho. Tremendo muito por conta da abstinência do álcool. Não conseguiu dormir nada”, detalhou.
DESAPARECEU NO DOMINGO
Ainda de acordo com Rylla, o pai e o tio retornaram ao Hospam no domingo (24). Após atendimento foi liberado e orientado a procurar o Caps. Medicado, o pedreiro conseguiu dormir, mas acordou em outra crise e saiu de casa.
“Meu tio já saiu doido procurando, acionou vários colegas e familiares. E aguardou as 24 horas do desaparecimento para poder ir na delegacia. Ele me falou que iria por volta das 12h da segunda-feira (25). Quando foi por volta de 13h, uma amiga minha aí de Serra Talhada disse que tinham encontrado um homem em uma oficina, nu e já estava morto. Perguntou se eu queria ver a foto para ver se era meu pai, foi quando eu o reconheci”.
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FALTA DE EMPATIA COM A FAMÍLIA
“O que eu fiquei muito triste e indignada é que o celular dele estava lá. As roupas e os documentos dele estavam lá. Ele não era um indigente e nem uma pessoa qualquer. Mas ele morreu em situação de um indigente. Ninguém ligou para a família para avisar que tinham achado o corpo”, comentou a auxiliar administrativo, finalizando:
“A dor do luto é grande, mas a dor de saber que a sociedade pensa que meu pai era uma pessoa pervertida, que ele era um velho maluco, drogado, é maior. Ele era uma pessoa boa. Não é porque ele faleceu. Porque quando todo mundo morre vira uma pessoa boa. Não era pervertido, não entrava onde não cabia, não era enxerido. Todos os amigos, colegas de trabalho e pessoas próximas sabiam que ele era uma pessoa ímpar”.
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