Foto: Arquivo Farol de Notícias
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Jackson Ferreira da Silva, 30 anos, morador do assentamento Boa Vista, sítio localizado na zona rural de Serra Talhada, procurou a redação do Farol de Notícias na tarde desta quarta-feira (10) para fazer um desabafo em relação ao atendimento recebido por sua mãe no Hospital Eduardo Campos (HEC).

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Jackson detalhou que sua mãe, Maria Aldenir Ferreira da Silva, 50 anos, veio a falecer na madrugada da quarta-feira (3), sofria de um problema renal crônico e, por isso, necessitava de hemodiálise há 12 anos. No domingo (31/08), ela precisou ser internada no Hospam após queixar-se de dores, tosse e diarreia. Lá, foi medicada e melhorou do quadro que apresentava, mas a médica que a atendeu informou que ela precisaria ser encaminhada com urgência para o Hospital Eduardo Campos, onde deveria fazer hemodiálise.

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Aqui, segundo Jackson, começaram os problemas. De cara, sua mãe não foi internada na sala vermelha, como deveria, mas sim na sala amarela, em um quarto comum, e as sessões de hemodiálise, que deveriam ter sido realizadas com urgência, não aconteceram por três dias, até que sua mãe veio a óbito.

“Ela foi encaminhada para o Eduardo Campos já para fazer a hemodiálise que ela precisava. Só que no Eduardo Campos, que era para fazer a hemodiálise no domingo (31), não foi feita. Depois, passou para fazer na segunda (1), não fizeram também, passou o dia todo e não foi feita a hemodiálise que tinha que ser feita urgentemente. Na terça-feira (2) também não fizeram”, disse, questionando em seguida:

“Ela foi encaminhada do Hospam como um caso urgente para fazer a hemodiálise. Era para fazer a hemodiálise assim que chegasse, e não fizeram. Só diziam que estavam esperando o nefrologista. Nos três dias, foi essa a justificativa. Aí eu pergunto: quer dizer que um hospital desse porte não tem um nefrologista todo dia?”

JUSTIFICATIVA

Jackson ainda relatou que, segundo o Eduardo Campos, a morte da sua mãe não teria relação com a falta de hemodiálise, mas que ele acredita sim que houve alguma influência.

“O falecimento dela, segundo o hospital, não teve nada a ver. O hospital fala que o falecimento dela foi por conta de um choque cardiogênico, que ocorre quando o coração não consegue bombear o sangue. Eu acho que a demora também contribuiu para o que aconteceu com ela”.

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Por fim, Jackson aproveitou para criticar também a falta de suporte médico e de informações por parte do hospital. “É difícil ver um médico. As pessoas (pacientes e acompanhantes) ficam no corredor, sem vaga, não tem vaga nos quartos, sem leito, colocando as pessoas em macas. Achei muito fraca a parte dos médicos. Eles não ligam se morrer mil, tanto faz para eles, já estão acostumados a morrer tanta gente”, completou.

“A falta de informação para o acompanhante, a gente pergunta e eles não passam. Coisas tipo: como é que está o paciente? Eles ficam fugindo, sabe? Não chegam e dizem ‘o paciente está assim’. Acho muito grave essa parte também. Eles não dão detalhes, fazem os exames e não mostram. A gente não viu nenhum exame dela”.

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O OUTRO LADO

A reportagem do Farol de Notícias entrou em contato com a assessoria de imprensa do Hospital Eduardo Campos (HEC), mas até o momento não recebeu uma resposta sobre o ocorrido.