A defesa alegou que Robson teria problemas mentais e que não estaria consciente do crime ao cometê-lo, o que foi constatado em um primeiro laudo psicológico mas, logo após, contestado por outro. Promotora de Justiça responsável pelo caso, Rosemary Souto Maior de Almeida contestou a tese da defesa explicando que o primeiro laudo não havia sido completado, motivo pelo qual o perito nem chegou a depor. “Contestei o laudo, com novas perguntas e indagações. No novo exame, muito mais fundamentado, ficou constatado que ele tinha plena consciência. Nos depoimentos, ele reconhece o crime que fez, mas põe a culpa na mulher, como se fosse uma vítima”, explicou a promotora.
O advogado de defesa Flávio Santana alegou que a Defensoria Pública vai recorrer da decisão, já que, na época do crime, o laudo psiquiátrico constatou que Robson não tinha condição mental normal. “Mas os jurados não reconheceram isso”, informou Flávio. “Queremos que ele seja encaminhado ao Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico, em Itamaracá, até que não ofereça risco à sociedade”, complementou.
Durante a manhã de ontem, foi ouvida cerca de 1h30 de mídias, com depoimentos prestados durante as audiências de custódia. Além disso, em todo o interrogatório feito no julgamento, Robson utilizou do direito de permanecer calado. Após as perguntas, a promotora e defesa apresentaram seus casos, seguidos pela votação.
Mãe das duas crianças assassinadas, Edilane Lima Ferreira, 24, explicou que morou com Robson por quase sete meses, antes de ele praticar o crime. Segundo Edilane, ele sempre foi carinhoso com os enteados e nunca havia a agredido fisicamente. Apesar disso, ele era ciumento, motivo pelo qual ela já havia pedido que ele saísse de casa. “Quando recebi a notícia de que meus filhos tinham sido assassinados, nem acreditei que tinha sido ele porque nunca tinha feito nada com as crianças. Depois do crime, ele me ligou algumas vezes dizendo que eu era a culpada e que eu ia sofrer pelo resto da vida por causa disso”, relatou Edilane, emocionada.