Um dos resultados da exclusão dos institutos federais foi o aumento da concentração de escolas privadas entre as médias mais altas do país. No Enem 2014, 34 institutos e centros federais estavam entre as mil escolas com médias mais altas do país. No Enem 2015, esse número caiu para três.
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Mudança metodológica
Em nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) explicou que a exclusão de institutos federais da divulgação decorre de uma mudança metodológica no Censo da Educação Básica que, a partir de 2015, deixou de considerar o ensino médio integrado ao ensino técnico como “ensino médio regular”. Na divulgação dos dados do Enem 2015 por escola, o Inep manteve a regra de divulgar apenas as notas de escolas do “ensino médio regular”, excluindo escolas de ensino não-seriado (ou seja, que não dividem seus alunos em séries) e, agora, as escolas que integram o ensino médio ao técnico.
“Até 2014 o ensino médio integrado era considerado regular, mas a partir de 2015 não mais. Portanto, os institutos federais faziam parte do público alvo na edição de 2014, mas não na de 2015. Destacamos ainda que a mudança é decorrente de alteração da definição do Censo e não do Enem por Escola. Esta situação deve se repetir para todos os institutos federais”, informou o Inep, em um comunicado divulgado à imprensa.
No documento de apresentação dos dados, divulgado à imprensa no dia 30, e na portaria que definiu as regras da divulgação do Enem 2015 por escola, o governo federal não mencionou a exclusão dos institutos federais. A portaria também não trouxe, ao contrário do ano anterior, prazos definidos para que as instituições entrassem com recurso, e mencionou apenas que “os casos omissos serão resolvidos pelo Inep”.
Segundo os documentos do governo federal, a regra para que uma escola tenha sua nota do Enem 2015 divulgada é ter pelo menos 10 estudantes matriculados no último ano do ensino médio regular, e apresentar uma taxa de participação desses estudantes no Enem 2015 de pelo menos 50%.