Da Folha de PE
A pessoa mais velha da história a passar por uma cirurgia foi operada no Recife. Aos 110 anos, a aposentada Alaíde Alves se submeteu a uma operação de catarata no último dia 18 de agosto. Todo o procedimento durou 20 minutos. Os médicos consideraram a idosa, que é viúva e tem oito filhos e dez netos, com boa saúde antes de submetê-la ao procedimento, constatando que seria mesmo possível operar alguém com essa idade. A catarata é uma doença comum aos idosos, que têm a lente natural dos olhos desgastadas com o tempo, e a cirurgia serve para substituir o cristalino.
No início da tarde desta sexta-feira (1º), a aposentada passou pela segunda revisão médica no hospital Altino Ventura, no bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife. Dona Alaíde, que mora com um dos filhos, já recebeu as prescrições para o óculos para a correção do grau residual e se mostrou emocionada por voltar a enxergar. Torcedora fiel do Santa Cruz Futebol Clube, ela pôde voltar a passar o tempo em frente à TV para ver os jogos. “Eu vou poder voltar a costurar. Gosto de televisão. Vou poder assistir ao jogo da seleção também. Antes, de manhã, eu ficava perguntando sobre o resultado do jogo. Agora eu posso assistir”, disse, alegre, a tricolor.
Dona Alaíde foi perdendo a visão gradualmente. Aos 80 anos, só enxergava vultos e passou por outras cirurgias nos olhos. Há alguns anos se operou de pterigio e ficou com uma cicatriz na córnea do olho direito. Por causa dessa cicatriz, a recuperação da visão não será completa., explicou a médica responsável pela cirurgia, Edilana Sá. A cirurgiã estima que, quando recuperada, a paciente consiga recuperar 70% da visão. “A cirurgia poderia devolver a paciente toda a sua capacidade visual, mas, como ela tem a cicatriz na córnea e glaucoma, ainda terá esse pequeno déficit. No entanto, é uma porcentagem excelente para a sua idade”
Na cirurgia deste mês, a recuperação foi boa e a idosa teve alta no mesmo dia em que foi operada, como manda o procedimento padrão. “Ela é um exemplo. Além de ser uma surpresa. A gente queria fazer um estímulo para outros idosos e encorajar outras pessoas”, afirmou a médica.