Jovem denuncia agressão de PMs enquanto trabalhava em ST

Fotos: Farol de Notícias/Celso Garcia

Publicado às 13h30 desta sexta-feira (11)

O paraibano José Pereira da Silva Neto, 24 anos, que reside em Serra Talhada há 15 anos, entrou em contato com o Farol de Notícias nesta sexta-feira (11), para denunciar constrangimento e agressão física e verbal que sofreu durante uma abordagem da Polícia Militar nessa quinta-feira (10), por volta das 17h, no Bairro Borborema, onde mora e trabalha. José Pereira vende diariamente redes, chapéus e cintos na calçada da Escola de Referência em Ensino Médio Solidônio Leite, no Centro, e ganha a vida ajudando o pai.

Trabalhador e sem nenhuma passagem na polícia, José Pereira conta que no momento da abordagem, os policiais pediram documentos, pegaram os cintos e colocaram no chão; e examinaram os dez chapéus. Indignado, ele disse que foi humilhado e xingado e cobra punição dos agressores ao 14º BPM.

“Ontem, na volta, às 17h, os policiais das motos me aguardaram. Mandaram eu botar o cinto no chão e pegaram os chapéus para olhar se não tinha nada no chapéu. Perguntaram: ‘Está levando o quê?, ‘Não estou levando nada, que eu não uso nada não’, respondi. Ele mandou eu botar a mão na cabeça, botei a mão na cabeça. Dei meu documento, minha carteira, não acharam nada e foram me chamando logo de vagabundo. Eu olhei para ele e disse: ‘Eu não sou vagabundo não, sou pai de família, sou trabalhador’. Quando ele mandou eu pegar o cinto, deu um tapa aqui no pescoço. Eu disse que ia denunciar, ele disse: ‘Vai seu cuzão’, e me chutou na frente de todo mundo, estão de prova. A população viu, caiu em cima. Eu estava trabalhando, a comunidade caiu em cima, para não deixar eles baterem mais em mim. O policial tomou o telefone da moça que estava filmando e apagou o vídeo. Isso é abuso de poder”, disse  José Pereira, acrescentando: 

“Eu não sou vagabundo não, sou trabalhador, humilde, aqui todo mundo me conhece. No Borborema não tem só vagabundo não, tem pai de família, trabalhador. O policial chega no Borborema agredindo o povo, pai de família, como me agrediram. Como todos os pais de família, eu saio para trabalhar para botar o pão de cada dia em casa. Tem muito cidadão de bem no Borborema, não tem só bandido não. Lá é assim, a polícia não tem respeito com ninguém não. Pai de família sofre lá. Quem quer apanhar? Meu pai nunca deu um tapa em mim, eu vou apanhar dos outros? Fui para a Polícia Civil, e mandaram ir para o Batalhão do 14º denunciar. Quando eu cheguei no batalhão, o tenente disse: ‘O pai de família tem que ser respeitado, e não ser tratado como um bandido não”.

O OUTRO LADO

O Farol de Notícias entrou em contato com o 14º BPM nesta sexta-feira (11), e conversou com o subtenente Juarez, que informou que será aberto um procedimento administrativo para ouvir as duas partes.

Material que José Pereira vende todos os dias no Centro de ST

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