h1n1“A sensação é de revolta. Era meu único filho. Fomos ao hospital várias vezes e eles só davam dipirona para o menino. Só foram bater raio-X quando ele estava morrendo. Só passavam uns remedinhos e mandavam para casa”, diz o padeiro Nilton Venâncio da Silva, emocionado. O filho dele, Rafael Euclides Bristotti Silva, de 20 anos, morreu na noite de quarta-feira (13), com suspeita de H1N1 em Vilhena (RO) e a família afirma que o Hospital Regional (HR) foi negligente no atendimento.

Familiares explicam que Rafael sempre teve boa saúde, até que começou a sentir febre alta e dor de cabeça no dia cinco de abril, quando buscou atendimento no HR. O paciente teria ido à unidade por várias vezes, até que na noite do dia 11, quando apresentou um quadro mais grave e foi internando na madrugada de terça-feira (12). Na manhã do mesmo dia, Rafael foi encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do HR.

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Ele tinha febre alta, mas só passavam dipirona e mandavam ir para casa. Depois ele começou a vomitar sangue, foi aí que internaram ele. Pretendo denunciar o hospital, pois acredito que eles poderiam ter feito mais pelo meu filho”, enfatiza o pai.

Parentes registraram uma comunicação de morte na Delegacia de Polícia Civil e relataram que durante o período da internação de Rafael, os médicos forneceram vários diagnósticos do paciente. Também contaram que, ao serem informados da morte de Rafael, ouviram funcionários conversando que a usina de oxigênio da UTI havia queimado, o que pode ter implicado na morte do rapaz.

Familiares solicitaram uma necropsia no corpo, para saber o que motivou a morte de Rafael. Amostra do paciente foi colhida para o exame de H1N1 e o resultado deve ser emitido em um mês. “O Rafael foi vítima de um sistema de saúde falido no nosso município. A nossa dor e a nossa revolta é muito grande”, ressalta Ellen Donadon, amiga da família, que acompanhou o caso.

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Outro lado

O diretor do hospital, Faiçal Akkari, nega que possa ter havido negligência no hospital e explica que o HR é uma unidade de urgência e emergência. “O paciente vem, faz o atendimento, é medicado, tem uma melhora e é encaminhado para casa. Após isso, se ele não melhorar, tem que procurar um posto de saúde, que vai dar uma sequência no tratamento dele. Não tem nenhuma possibilidade de a gente ter sido negligente com o paciente”, argumenta.

Sobre a situação da usina, o diretor admite que o sistema apresentou falhas na noite de quarta-feira. Quando questionado se isso pode ter contribuído para a morte de Rafael, ele diz: “É um agravante. Ele ficou alguns segundos sem oxigênio e o problema dele era pulmonar, então é um agravante. Mas assim que a usina parou de funcionar, as balas de oxigênio entram em ação; é algo imediato. Então são alguns segundos. Não vejo que essa tenha sido a causa morte e o IML vai dizer a causa morte”, salienta.

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Segundo a direção, uma peça da usina danificou por causa de queda de energia, mas já foi feito o pedido do item. Na UTI, há dois pacientes internados. “A usina está parada, mas estamos fazendo um reparo, para não precisar parar o funcionamento da UTI”, explica.

Do G1 Brasil