dirceuRelatórios de investigação da Polícia Federal indicam que o esquema de corrupção atribuído ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu movimentou mais de R$ 59 milhões em propinas. A PF estima que o valor pode ultrapassar os R$ 84 milhões.

O ex-ministro foi indiciado nesta terça-feira (01), pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Além dele, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outros 12 investigados na Operação Pixuleco – desdobramento da Lava Jato – foram enquadrados pela PF.

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“Esta fase da operação se concentrou na investigação de pagadores e recebedores de vantagens indevidas oriundas de contratos com o Poder Público, alcançando beneficiários finais e ‘laranjas’ utilizados nas transações”, destaca a Polícia Federal.

INFLUÊNCIA

De acordo com o relatório de investigação da PF, o ex-ministro ‘capitaneava quadrilha’. Segundo o documento subscrito pelo delegado Márcio Adriano Anselmo, da força-tarefa da Operação Lava Jato, Dirceu não perdeu influência mesmo depois de perder a cadeira de ministro mais poderoso do governo Lula, em 2005, no auge do escândalo do Mensalão.

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“Observa-se portanto que o fato de ter deixado o posto de ministro da Casa Civil e a cassação do mandato de deputado federal não serviram para retirar do investigado José Dirceu todo o poder político que o mesmo angariou no primeiro mandato do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, sendo o homem forte do primeiro mandato”, assinala a PF no relatório em que indicia o ex-ministro, Vaccari e mais 12 investigados por corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsidade ideológica.

A PF invoca a ministra Carmem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF) em seu voto no julgamento da Ação Penal 470 (Mensalão). “O dinheiro é para o crime o que o sangue é para a veia. Se não circular com volume e sem obstáculo, não temos esquemas como esse”, disse a ministra, na ocasião.

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“E aqui no presente caso o que se observa é que o dinheiro jorra abundante, seja pelas artérias da Petrobras, seja por meio de pequenos vasos sanguíneos irrigando toda sorte de ‘pequenos’ corruptos”, afirmou o delegado.

( Do Jornal do Commercio )