Nesta quinta-feira (30), uma mãe, que preferiu não se identificar, procurou a redação do Farol de Notícias para fazer uma denúncia contra a Escola Municipal Manoel Pereira Neto, popularmente conhecida como ‘Neto Pereirinha’, localizada no Alto do Bom Jesus, em Serra Talhada.
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A mãe acusa a escola de se omitir diante do bullying sofrido pelo seu filho dentro da instituição. De acordo com ela, o jovem já chegou no limite e não suporta mais os ataques sofridos pelos colegas de sala.
“Quero fazer uma denúncia contra a escola Neto Pereirinha, onde meu filho estuda. Ele vem sofrendo bullying na escola e não fazem nada. Já foi falado a direção mas não tomam atitudes. Esses casos precisam ter política de tolerância zero”, disse, continuando:
“Agora meu filho chega em casa chorando, só depois de muito insistir é que ele fala o que acontece. Eu como mãe fico sem ter o que fazer, ele chega da escola e já vai logo para o quarto chorar. O que posso fazer é buscar ajuda psicológica pra ele”.
Ela continua sua denúncia afirmando que os problemas com bullying na escola não são novidade, seu filho estaria sofrendo com isso há cerca de 1 ano, e que outros alunos também são vítimas.
“Desde o ano passado que isso persiste e não é só com meu filho que isso acontece, não fui a única mãe que procurou por esse motivo, é algo recorrente lá na escola. Quero que tomem atitudes para evitar isso lá. O bullying acaba com a vida das crianças e adolescentes. O que eles como adultos acham que é brincadeira entre crianças, acaba destruindo quem está passando por isso.
O que a psicologia diz sobre o bullying?
Para entender melhor sobre os danos causados pelo bullying em crianças e adolescentes, o Farol de Notícias conversou com a psicóloga Denise Martins. Ela explicou que o bullying não é apenas uma agressão passageira na vida de crianças e adolescentes. Trata-se de um episódio com consequências profundas que podem alterar permanentemente a estrutura cerebral e desencadear problemas de saúde mental.
“Sabe-se que o bullying é um fenômeno caracterizado por agressões físicas ou psicológicas, intencionais e repetitivas, que podem causar grandes prejuízos emocionais e psicológicos para o indivíduo como isolamento, baixa autoestima, alteração no comportamento, pensamentos negativos, desesperança, aumento dos quadros de ansiedade, depressão e Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT)”, disse a psicóloga.
“Isso ocorre porque a exposição ao estresse crônico durante a adolescência pode levar a mudanças permanentes na estrutura e função do cérebro, incluindo uma redução da matéria cinzenta e atividade prejudicada no córtex pré-frontal, o que pode afetar o controle de impulsos dos adolescentes, memória, habilidades de aprendizado e regulação emocional, apresentando riscos de problemas de saúde mental a longo prazo”, explicou.
A psicóloga ressaltou também que o ambiente escolar tem papel fundamental na prevenção e no enfrentamento do problema:
“Reconhecer a gravidade do bullying permite que as escolas criem ambientes de apoio, que são cruciais para o bem-estar emocional dos adolescentes, longe de estressores, fornecendo apoio emocional e segurança, construindo os limites necessários e discutindo os eventos traumáticos de maneira apropriada para a idade. Manter espaços de comunicação com abertura e empatia, bem como validar sentimentos pode ajudar os adolescentes a se sentirem mais seguros e compreendidos em tempos difíceis, além da necessidade de buscar profissionais de saúde mental para construírem os cuidados necessários”.
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O OUTRO LADO
A reportagem do Farol de Notícias conversou com Jacinta Ferraz, diretora da Escola Manoel Pereira Neto. Ela enviou uma nota em resposta ao caso:
“Nós, enquanto Equipe Gestora da Escola Neto Pereirinha, não aceitamos ou apoiamos qualquer prática de Bullying que possa vir acontecer. Ressaltamos que somos uma escola aberta a receber toda a comunidade escolar, para que possamos tomar conhecimento e assim intervir.
Sobre o caso em questão, não temos ciência e por se tratar de uma escola com alto quantitativo de alunos (aproximadamente 650 estudantes), buscamos atuar de maneira resolutiva sempre que recebemos ou percebemos qualquer situação atípica. Embora não seja o desejo de nenhuma instituição, problemas fazem parte da rotina e todas podem vivenciá-los no dia a dia.
Vale salientar que trabalhamos com palestras e visitas às turmas frequentemente, abordando temáticas sobre os riscos de práticas que fogem da cultura harmoniosa. Além disso, ao receber informações pertinentes à condutas inadequadas, acionamos os responsáveis pelos alunos envolvidos para que a resolução seja eficaz.
Sendo assim, estamos disponíveis a receber os pais que são citados na matéria (como foi dito que outros responsáveis possuem a mesma queixa) para que possamos tomar as medidas cabíveis. Por fim, podemos afirmar que não se trata de um problema recorrente e quem acompanha a rotina da escola e dos filhos sabe do que estamos falando.
Atenciosamente, Equipe Gestora”.
2 comentários em Mãe acusa escola de Serra Talhada de ser negligente com casos de bullying