
Diante dos inúmeros casos de ataques por cães nas ruas de Serra Talhada, nos últimos dias, Giovanni Sá recebeu no Programa Falando Francamente, da Tv Farol de Notícias no YouTube, o Dr. Jackson, Médico Veterinário do Centro de Zoonnozes e Joel Rita, Gerente da Vigilância em Saúde do município.
A alta quantidade de cachorros soltos em meio as ruas tem provocado acidentes, ataques, além da infestação de carrapatos em alguns locais da cidade, que tem colocado em risco a saúde da população, conforme já relatado por leitores.
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“Isto não é uma questão exclusiva de Serra Talhada. A gente vê isso, praticamente em todo lugar do Brasil. Em Serra Talhada está mais evidente, porque antes de 2010, não tinha lei de proteção dos animais, então, o centro de zoonoses em todo o Brasil, tinham as carrocinhas que capturavam todos os animais, independente de idade, raça, levava para o zoonoses e em até 48 horas, se o dono não fosse lá reclamar, eles tinham o destino final que era a eutanásia, era um verdadeiro extermínio destes animais, infelizmente. Isto acontecia por conta da doença da raiva que acometia os cães e eram os maiores transmissores da raiva humana, que é uma doença letal para os cães e para as pessoas”, explicou o veterinário complementando:
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“Existem aproximadamente apenas 2 casos no mundo em que pessoas acometidas pela raiva, sobreviveram. Com esta desculpa, para o controle da raiva, o Centro de Zoonoses usava deste fato para capturar todos os cães de rua e matarem no centro. Depois da vacinação em massa, a doença foi controlada e a gente não vê nem cão e nem gato acometido por raiva em Serra Talhada. A lei criada em 2010 vetou a prática de eutanásia nos animais e hoje só pode ser praticada em caso de estágio terminal ou doença infecciosa, que não tenha cura e seja transmitida para pessoas. Após esta lei, animais saudáveis não são sacrificados, mas na minha opinião, faltou algo importante, que é o destino final destes animais, se não pode eutanisiar, se não pode sacrificar, vai fazer o que com estes animais?”
HOSPITAL VETERINÁRIO
“O hospital veterinário foi vendido, mas não foi regulamentado no conselho como hospital. O conselho veio várias vezes, notificou o município, fez auto de infração, porque para ser hospital, tem que ter arco cirúrgico, lavanderia, o pessoal trabalhando 24 horas e não é. O município então entendeu que já que não é hospital e a gente tem que cuidar, vamos readaptar para transformar em um centro de medicina veterinário especializado, fica o Centro de Zoonoses para os testes rápidos, fazer eutanásia, se necessário, tirar a cabeça do cachorro ou da raposa capturado para ver se tem doença de raiva, fazer vacinação contra a raiva, porque as pessoas não estão levando os animais para vacinar, então existe uma possibilidade da raiva voltar, nos animais que não são vacinados”, analisou Joel Rita.
“Se a pessoa vê um animal atropelado e leva para esta clínica, o animal vai ser atendido gratuitamente lá, vai ter a consulta, porque não vai deixar um animal sofrendo, se pode fazer alguma coisa, então se seu cão está doente, pode levar lá que vai ser feito a consulta. Se for algo que o centro de zoonoses possa resolver, vai resolver, durante o dia, mas não é um hospital”, finalizou.
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