Bom dia, boa tarde e muito boa noite e um domingo de paz aos faroleiros e faroleiras de plantão. “Hoje é domingo, pé de cachimbo…” e como de praxe, fazemos deste espaço um grande divã virtual. Reitero o convite a cada um de vocês para dividirmos esta bancada semanal com suas histórias. Quem desejar, pode enviar o texto até o sábado para o contato do FAROL e o resto a gente toma de conta.
Noves fora nada, tenho muitas recordações da nossa Festa de Setembro, que tem mais de 200 anos de vida e muitas histórias. Como esquecer das velhas barracas de lona, bode estendido no varal, cerveja gelada e aquela boa disputa de som entre os barraqueiros. Com um detalhe: alguns possuiam a velha radiola ABC- A Voz de Ouro- e a disputa era divulgar, cada vez mais alto, o sucesso de Roberto Carlos.
Na minha infância, cheguei a ler O Linguarudo. Um jornalzinho mimeografado em duas folhas de ofício que costumava ser distribuido entre os dias 6 e 7 de setembro, em plena praça Sérgio Magalhães. O Linguarudo falava de deus e o mundo e diziam que era uma produção anônima. Entretanto, a notícia era certeira. Pequenas alfinetadas em pessoas da alta sociedade. Mas com muita classe. Todos adoravam a leitura do Linguarudo que teve vida curta. Não havia agressão nos textos. O objetivo era ‘tirar onda’ das pessoas e situações. Alguém foi vítima do Linguarudo?
Em matéria de comunicação e ponto de encontro, ainda não me conformo com a morte dos cinemas Plaza e Art. Acho que foi um dos grandes golpes contra a cultura do nosso povo. E não entendo porque outras cidades conseguiram a proeza de reabrir suas salas e aqui ficamos na inércia. Como esquecer os velhos e bons filmes de faroeste com Django, Sartana, Pecos e até o vilão Fernando Sancho?
Como esquecer as matinês das segundas-feiras no Cine-Art, com os filmes de Tarzan- o Rei das Selvas? Ou os filmes de capa e espada com Hércules, Macistes, Sansão e por aí vai. Como esquecer dos campeões de bilheteria como “Coração de Luto” que tinha duas ou três sessões com filas quilométricas. Ou mesmo o “Dio como ti amo”. Ufa! quanta saudade!
Entretanto, não tem um meio de comunicação com a força de uma mesa de bar. Aliás, desde os meus tempos de Jornal do Commércio – minhas grandes pautas saíram de uma boa conversa em mesa de bar. Facebook pode ser bom, mas nada supera o olho no olho. Mas perdemos a poesia de um Bar do Poeta que funcionava na esquina da escola Imaculada Conceição.
Um tira gosto de primeira, num cantinho pequeno, onde a maioria ficava de pé trocando conversa. Cada bar com seus personagens e muitos com histórias mentirosas e divertidas. Não guardo nomes de muita gente. Mas sinto que desde a morte dos cinemas e do Linguarudo, jogamos uma página da nossa história no lixo. Lamento que a ausência de esforços para que Serra Talhada possa contar uma história diferente.
Saúde e paz para todos e um bom domingo!
18 comentários em DO LINGUARUDO ao Facebook; o que jogamos na lata do lixo da história?