Foto: Reprodução/TV Globo
Por G1
O menino de 7 anos que morreu após ser atropelado na rodovia PE-62, em Goiana, na Zona da Mata de Pernambuco, estava voltando da escola para casa com a irmã de 5 anos quando aconteceu o acidente, na segunda (27). Akilla Kylan Frencelino dos Santos foi atingido por um carro dirigido por uma pessoa que fugiu do local sem prestar socorro.
Em entrevista àTV Globo, Elizete Francelino Soares, mãe de Akilla, contou que as crianças não voltavam sozinhas para casa. No entanto, na segunda (27), o filho mais velho dela estava com dor de ouvido, então ela e o padrasto de Akilla, Daniel Soares, anotaram o nome de um remédio em um papel e deram para o menino levar na farmácia.
Mãe e padrasto de Akilla, Elizete Francelino Soares e Danilo Soares — Foto: Reprodução/TV Globo
Após sair da escola, enquanto caminhava na companhia da irmã mais nova de volta para casa, Akilla notou que o papel tinha voado e foi buscá-lo na pista. Nesse momento, ele foi atropelado pelo carro. “Ele [o motorista] viu o que fez e não socorreu, isso não sai da minha mente. Isso não é um homem, é um bicho”, disse o padrasto de Akilla.
O atropelamento foi filmado por câmeras de segurança (veja vídeo clicando aqui). O menino foi arrastado pelo carro por alguns metros. Pessoas que estavam perto do local correram para ajudar a criança, mas ela não resistiu aos ferimentos. Elizete e Daniel souberam do acidente por telefone. “Eu corri desesperada. Quando cheguei, vi que ele não resistiu”, afirmou a mãe de Akilla (veja o vídeo clicando aqui).
O trabalhador rural Adriano Souza, pai de Akilla, contou que ficou sabendo da morte do filho na tarde da segunda, por meio de uma prima. “A gente vai sentir muita saudade dele, muita falta. Ele era um menino muito alegre, simpático”, disse Adriano.
Pedido por justiça
Além de ter que lidar com a tristeza da perda do filho, Adriano também sente a revolta pelo comportamento do motorista do veículo, que fugiu após o atropelamento.
Adriano Santos é o pai de Akilla — Foto: Reprodução/TV Globo.
“Todo mundo gostava muito dele [Akilla]. Agora só quero justiça, que ele pague o que ele fez com meu filho”, afirmou Adriano.
O mesmo sentimento é compartilhado por outros parentes de Akilla. Rosilva Lima, avó da criança, afirmou que não deseja para ninguém a dor que está sentindo. “A gente quer que ele pague o que fez com meu neto. Foi uma covardia. O que mais me dói, é que ele não prestou socorro”, disse Rosilda.
Rosilda Lima é avó de Akilla — Foto: Reprodução/TV Globo.
A família de Akilla foi até o Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, na área central do Recife, para aguardar a liberação do corpo para o velório e o enterro da criança. A Delegacia de Goiana registrou a ocorrência de “atropelamento com vítima fatal” e a polícia busca encontrar o carro e o motorista do veículo.
Insegurança
O comerciante Denis Andrade estava próximo ao local do atropelamento quando aconteceu o acidente. “Eu ouvi o barulho, estava dentro da loja. Quando saí, a criança já estava no chão, praticamente morta”, contou.
Ele disse que não é a primeira vez que acontecem acidentes de trânsito nesse trecho da PE-62. Reclamações sobre falta de sinalização, faixa de pedestre e lombadas são frequentes entre os moradores da região.
“Semana passada, um senhor foi atravessar aqui e foi atropelado, morreu no hospital. A gente fica com aquela tristeza grande”, afirmou Denis.
No ano passado, a enfermeira Vanessa da Silva foi vítima de um acidente na mesma rodovia, que a deixou com a perna quebrada. “Circular aqui é um risco. Você vem com uma criança e, geralmente, o carro não para. Eles não respeitam o pedestre”, declarou.
O que diz o governo
Por meio de nota, o Departamento de Estradas de Rodagem de Pernambuco (DER) disse que:
- “em relação à PE-62, há um contrato em andamento para a recuperação da rodovia estadual, com serviços de tapa-buraco e instalação de sinalização”;
- “o governo avalia a inclusão de algum equipamento no projeto que seja mais adequado para disciplinar o trânsito no trecho que corta a área urbana do município de Goiana, na Mata Norte, a exemplo de lombada eletrônica, faixa de pedestre ou redutor de velocidade”.