
Edvânia alerta para negligência e diz que vai procurar o Ministério Público
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Atualizado às 15h40 desta sexta-feira (14)
Após as eleições municipais, os atendimentos domiciliares em algumas casas estranhamente deixaram de acontecer no bairro Vila Bela. A denúncia chegou ao FAROL nesta sexta-feira (14), pela dona de casa Maria Edvânia de Lima, 39 anos, que mora na Quadra 42 Lote 2. O caso dela é preocupante, principalmente, porque ela alega que vem sendo negligenciado pela Secretaria Municipal de Saúde. Edvânia está com a mãe Maria Noêmia, 68 anos, num quadro de pós-infarto e precisando de acompanhamento de uma equipe de saúde na residência, mas após as eleições ninguém mais se prontificou a visitá-la.
“Minha reclamação é sobre o posto de saúde do Vila Bela, porque minha mãe teve um infarto e foi para o Hospam, quando ela teve alta o médico disse que ela teria que ser acompanhada pelo médico do postinho, só que o médico de lá não tem ido lá em casa fazer a visita e quando manda chamar ele para fazer a visita a minha mãe, dizem que o médico já tem feito a visita nas outras casas e não está liberado para fazer a visita na rua em que a gente mora. Minha mãe está precisando do acompanhamento médico, de uma enfermeira, de um auxiliar para medir a pressão e fazer a nebulização”, denuncia a dona de casa, alertando:
“Já fui lá pedir para a equipe ir na minha casa e eles dizem que é para eu levar minha mãe lá no posto de saúde. Mas não tenho condições de levá-la porque minha mãe é cadeirante. Ela não está andando, estamos movimentando ela em uma cadeira de balanço. Está precisando do aparelho de medir a pressão, cadeira de rodas e o assento para dar banho”. A mãe de Edvânia de Lima teve o infarto dia 12 de setembro. Ela lamenta a falta de explicações da Secretaria de Saúde e garante que, se o quadro de dona Maria Noêmia piorar devido essa falta de acompanhamento, irá acionar o Ministério Público.
“Vou no Ministério Público porque minha mãe está dependendo muito da assistência do médico e ela não está tendo. Tem médico lá no posto, um cubano de manhã e outro à noite. Mas quando a pessoa pede alguém para vir medir a pressão eles dizem que não tem quem vá e que está sozinho, não existe isso. O médico a pessoa nem vê, só vê os funcionários. Até a enfermeira mesmo disse que não podia ir porque só tinha ela e a auxiliar, mas a auxiliar podia ir. Antes de passar a época de política eles iam visitar as casas, o médico ainda foi visitar a minha mãe umas quatro vezes, mas depois que passou a eleição encerraram e não vai mais lá em casa”.
OUTRO LADO
O FAROL entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde, na pessoa do secretário executivo Aron Lourenço, para comentar o caso. Por telefone, ele negou a falta de atendimento domiciliar no bairro. Segundo Aron Lourenço, a diretriz do atendimento dos postos de saúde preconiza e garante a atenção às famílias em suas casas para acompanhamento médico. “Não acredito que isso está acontecendo, pois está dentro da nossa diretriz esse atendimento domiciliar independe de período A, B ou C. É uma diretriz que a gente vem cumprindo, mas vamos averiguar o caso dela para saber o que está acontecendo, pois esse atendimento não parou. É um procedimento rotineiro a se fazer independente de período eleitoral”.
A enfermeira responsável pelo posto de saúde do Vila Bela, Daniele Diniz, entrou em contato com o FAROL para explicar que estava sozinha na unidade básica de saúde quando foi informada do caso da mãe de Edvânia e não poderia sair naquele momento deixando o posto sem responsável. “As visitas domiciliares são realmente realizadas pela atenção básica, só que as visitas tem que ser só através do ACS (Agende Comunitário de Saúde), a população procura o ACS aí marca a visita e a gente vai. No entanto, o nosso ACS da área, a Tatiane, não estava informada do caso dessa senhora, entendeu? Depois que essa senhora voltou do Hospam não fomos informados. Não sabíamos”, justificou, complementando:
“Aí na quinta-feira à tarde chegou uma pessoa menor de idade pedindo para a gente ver a pressão da mãe dela [da moradora], só que pelo fato de estar sozinha no posto, eu não tinha auxiliar, estávamos somente eu e a recepcionista não tinha como ir na residência naquele momento. Então avisei a ela: ‘oh, amor… Se a gente tivesse com uma auxiliar aqui eu ia [na casa], mas ela não está e aí a gente não pode sair daqui do posto. Se chegar fiscalização é bronca. Aí eu apontei ela [a menor] para procurar o ACS da área, para marcar a visita para a quinta-feira”.
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Aron Lourenço garante que atendimentos domiciliares seguem normalmente no bairro, mas vai investigar a denúncia da moradora
45 comentários em Moradora denuncia falta de atendimento domiciliar após eleições; Secretaria nega