Publicado às 04h38 desta sexta-feira (24)

O anúncio de que o Shopping Serra irá abrir às portas no próximo dia 30, acabou provocando um efeito cascata numa das categorias mais sofridas, desde que eclodiu a pandemia do novo coronavírus: os mototaxistas de Serra Talhada.

A categoria dos mototaxistas apela mais uma vez para que a prefeitura olhe por eles. A categoria assegura que os serviços prestados não oferecem muitos riscos porque não gera aglomerações. O prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque (PT), fez um apelo ao governador Paulo Câmara, há cerca de 40 dias, para que a atividade fosse liberada. Inclusive, o gestor chegou a anunciar a compra de 30 mil tocas de proteção para serem doadas aos clientes. Mas o governador não se pronunciou.

Veja também:   Corpo de barbeiro é encontrado no Pajeú

Em conversa com o Farol de Notícias, Leonardo Barros, 37 anos, questiona a abertura do shopping ser possível e a retomada das  atividades dos mototaxistas continuar proibida.

 

“É interessante como o shopping, que pode ter muita aglomeração de pessoas, que vai beneficiar os altos empresários, vai abrir e os mototaxistas, pais de família, precisando de trabalhar, eles não querem liberar para trabalhar, para ganhar o pão de cada dia. Interessante, o shopping vai abrir e os mototáxi não vai poder trabalhar. Pago aluguel, tenho crianças para dá de comer, tenho as contas para pagar e eu não posso trabalhar, não posso reabrir e o shopping vai abrir. Eles deveriam ter consciência e ver esse lado aí”, disse Barros.

Veja também:   Médico serra-talhadense é preso suspeito de agredir esposa na PB

Já Evanildo Souza Guerra, 48 anos, além de citar a abertura do shopping, relembra que os servições de ônibus circulares já foram retomados, sendo que, os ônibus transportam até 30 pessoas e os mototaxistas apenas uma pessoa seguindo os protocolos, inclusive higienizando os capacetes entre uma corrida e outra, continuam ‘impedidos’ de trabalhar.

 

“É falta de atenção com nossa categoria porque nós precisamos trabalhar. Essa abertura do comércio, do shopping é muito mais risco para as pessoas do que nosso trabalho. Os ônibus já estão trabalhando e nos ônibus é muita gente, as vezes tem mais de 30 pessoas, nós mototaxistas vai com apenas uma pessoa. Esse shopping que vai abrir, vai ter aglomeração, mas com nós não. Que aglomeração tem? Qual é a aglomeração que tem com uma pessoa, com máscara, e álcool em gel porque já andamos com o álcool no bolso e higienizamos os capacetes entre uma corrida e outra. Fazemos tudo direitinho, mas não podemos trabalhar.”

Veja também:   'Gilson Malassombro' é morto a tiros nesta 5ª no Sertão do Pajeú