O Mounjaro (tirzepatida), medicamento aprovado para controle do diabetes tipo 2, tem sido cada vez mais usado sem prescrição médica para emagrecimento rápido. No entanto, especialistas alertam para efeitos colaterais preocupantes, como perda de gordura facial acelerada – fenômeno conhecido como “rosto de Ozempic” – e queda de cabelo devido a deficiências nutricionais.
“Rosto de Ozempic”: por que acontece?
A rápida perda de peso causada pelo Mounjaro pode levar a uma aparência envelhecida e flácida no rosto, especialmente em pacientes mais velhos ou que perderam mais de 10% do peso corporal.
Segundo Pedro Ferreira, especialista em emagrecimento e fundador do Instituto Primore, no Rio de Janeiro, o efeito é menos intenso do que com a semaglutida (Ozempic ou Wegovy), pois o Mounjaro contém GIP, que ajuda a reduzir a gordura visceral – a mais perigosa para a saúde metabólica.
“Esse efeito tende a ser menos acentuado do que com o uso da semaglutida (Ozempic ou Wegovy), pois o Mounjaro contém GIP, que favorece a perda de gordura visceral — a mais prejudicial à saúde metabólica”, explica Ferreira.
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Queda de cabelo e deficiências nutricionais
O uso prolongado do medicamento pode desencadear queda capilar devido à falta de nutrientes essenciais. Entre os principais deficiências relacionadas estão:
Ferro (níveis de ferritina abaixo de 50 ng/mL);
Zinco, selênio e silício;
Vitaminas do complexo B (biotina, ácido fólico, B12, vitamina C);
Vitaminas lipossolúveis (D, A, E);
Aminoácidos essenciais, como prolina e lisina, importantes para a produção de colágeno.
Como minimizar os efeitos colaterais?
Para reduzir os danos à pele e cabelos, especialistas recomendam:
- Aumentar a ingestão de proteínas de forma equilibrada;
- Suplementar vitaminas e minerais conforme necessidade individual;
- Manter um plano alimentar e de exercícios personalizado;
- Monitorar sinais de deficiência nutricional e flacidez cutânea;
- Praticar musculação (pelo menos 3x por semana) para preservar massa muscular.
Acompanhamento médico é essencial
O Mounjaro só deve ser usado com prescrição e supervisão médica.
“Desde que se adote uma abordagem multidisciplinar e tenha um médico de sua confiança que faça a progressão das doses de forma adequada”, finaliza Pedro Ferreira.
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O risco da automedicação
Apesar da popularidade como “remédio para emagrecer”, o uso sem orientação profissional pode levar a efeitos graves, incluindo desnutrição, flacidez extrema e problemas metabólicos. A recomendação é evitar a automedicação e buscar acompanhamento especializado.