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A Polícia Civil acredita que a mulher suspeita de matar a adolescente Valíssia Fernandes de Jesus, grávida de 8 meses, tenha premeditado o crime. Segundo o delegado Maurício José Nucci, a hipótese mais provável é de que Mirian Siqueira, de 25 anos, tenha gravidez psicológica e que pretendia ficar com o bebê da vítima.

Valíssia, de 15 anos, foi morta na tarde desta quarta-feira (12) na casa da suspeita, em Pitangueiras (SP). Ela foi esfaqueada e teve a barriga aberta para que o bebê fosse retirado. Mãe e filho foram encontrados pelo marido de Mirian.

Antes de fugir, Mirian alegou ao companheiro que agiu em legítima defesa. Ela não foi localizada.

Os corpos de Valíssia e do bebê foram colocados no mesmo caixão e, enterrados no fim da tarde desta quinta-feira (13) no Cemitério Municipal de Pitangueiras.

Gravidez psicológica
De acordo com o delegado, a família de Mirian deu indícios de que desconfiava de uma falsa gravidez, porque ela não apresentou nenhum exame durante a suposta gestação. “Ela dizia que estava grávida, mas, em nenhum momento, algum familiar a acompanhou até o médico para fazer um ultrassom, nada. Ela apenas dizia que estava grávida. Não há provas”, diz Nucci.

Em fotos publicadas em uma rede social, Mirian chegou a exibir uma barriga, mas o delegado acredita que o volume era resultado de excesso de peso. “Tem fotos dela, inclusive com uma barriga um pouco saliente, mas não me parece ser uma barriga de grávida, mas barriga de obesidade.”

Valíssia Fernandes de Jesus foi esfaqueada e morta em Pitangueiras, SP (Foto: Reprodução/Facebook)À polícia, o marido de Mirian, Mateus Rogério Cardoso, disse que a mulher confessou ter matado Valíssia porque elas teriam brigado. O corpo da adolescente foi encontrado em um tambor de plástico. Já o bebê estava envolto em uma toalha.

“A Mirian também disse ao marido que o feto encontrado no banheiro seria um aborto espontâneo. Porém, um aborto espontâneo gera sangramento, enseja intervenção médica, e o marido diz que ela não tinha nenhum tipo de sangramento. Tudo indica que ela tenha premeditado o crime exatamente para arrancar o feto do útero da vítima e dizer que o filho era seu”, explica o delegado.

Nucci afirma que Mirian responderá por homicídio qualificado e aborto sem consentimento da mãe. “É uma coisa de filme de terror, uma coisa cruel, absurda. Uma crueldade absurda.”

Ainda de acordo com o delegado, foi requisitado um exame de DNA para constatar se o feto é de Valíssia ou de Mirian.

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