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Foto: Alejandro García/Farol de Notícias

 

Publicado às 6h20 desta segunda (3) / Com informações da repórter Manu Silva

Em sua primeira entrevista ao Farol de Notícias, logo após o resultado final das eleições 2016 nesse domingo (2), o prefeito reeleito Luciano Duque (PT) anunciou que vai estar em Brasília, já nesta quarta-feira (5), para tentar discutir soluções para a crise que afeta os municípios brasileiros. Ele participa de uma reunião na Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com o objetivo de debater saídas para problemas que têm atingido diretamente Serra Talhada.

Luciano ressaltou que a oposição em Serra Talhada se aproveitou do momento de crise que passa o país para conseguir avançar nas pesquisas de opinião, fato que – segundo o prefeito – lhe causou surpresa os mais de 19 mil votos aferidos em favor do candidato do PR, Victor Oliveira. Na conversa, o gestor não deixou de alfinetar a gestão do ex-prefeito Carlos Evandro, citando uma herança maldita que teria atrapalhado a sua governabilidade durante estes três anos e nove meses, onde teria pego a prefeitura com uma previdência “falida” e um “débito extraordinário”.

“Às vezes as pessoas se incomodam com aquilo que a gente diz, mas eu não posso deixar de falar da herança maldita que Serra Talhada tem: previdência falida, um débito extraordinário que recebi da gestão passada e que atrapalhou muito. Nós poderíamos estar em um patamar melhor, ou seja, não houve responsabilidade fiscal na gestão anterior. Mas nós estamos conseguindo corrigir essas distorções. O país vive uma crise excepcional e Serra Talhada não é diferente. A oposição aproveitou esse momento e conseguiu avançar e teve um resultado surpreendente para mim nas urnas”, avaliou o petista, complementando:

“Mas o que importa é o seguinte, nós ganhamos a eleição, o trabalho vai continuar, o PT vem sofrendo derrotas no país inteiro por conta da crise nacional, do afastamento de Dilma. E nós conseguimos superar essa crise em Serra Talhada. Vamos quarta-feira já estar em Brasília em uma reunião da Federação Nacional dos Municípios, tratando dos problemas da pauta nacional que afeta todos os municípios brasileiros. Nós não somos uma ilha diferente do restante dos outros municípios do país. A gente sabe as dificuldades que o país está vivendo, a gente precisa ir buscar mais recursos, mais investimentos, mais projetos. Eu estou muito animado com esse novo quadriênio”.

AFETAR SERVIÇOS 

Analisando o futuro do seu governo para os próximos quatro anos, Luciano Duque disse que – diante o quadro de crise nacional – pode ter dificuldades para manter “certos serviços” funcionando daqui para frente caso o cenário econômico permaneça o mesmo, mas não citou quais áreas poderiam ser atingidas por um provável contingenciamento. Para justificar, o prefeito afirmou que o país vive uma inflação ‘galopante’ ao passo que os municípios estão arrecadando cada vez menos. Um dos problemas que preocupa o prefeito é o subfinanciamento da saúde pelo Governo Federal.

“Os municípios estão passando por uma grande crise, por isso eu vou estar lá na quarta-feira porque é importante que a gente discuta essa problemática. Têm muitas coisas que o governo precisa fazer para resolver os municípios, por exemplo: o subfinanciamento da saúde é uma coisa absurda. Como é que a gente consegue ampliar o atendimento da saúde da população se o governo federal manda 9 mil para a gente manter uma estrutura que é a unidade básica de saúde e a gente tem que gastar 40. Na merenda escolar a gente recebe R$ 0,30 para gastar R$ 1 e pouco na escola do fundamental e R$ 2,50 em uma creche, uma creche é R$ 1,25 dia/aluno. Esses indicadores são muito preocupantes. A gente está vivendo um momento de inflação galopante, queda de arrecadação e a gente daqui a pouco não vai ter como manter certos serviços no governo”.