Nos EUA, Bolsonaro terá reuniões com Polônia, Sérvia, Equador e GuatemalaDo G1

O Ministério das Relações Exteriores informou nesta quinta-feira (15) que o presidente Jair Bolsonaro deve se reunir, na próxima semana, nos Estados Unidos, com os chefes de Estado de Polônia, Sérvia, Equador e Guatemala.

Bolsonaro viajará para Nova York na próxima segunda-feira (19) e discursará na manhã de terça-feira (20) na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) (veja mais abaixo). No mesmo dia, o candidato do PL à reeleição retornará ao Brasil.

Na viagem para participar da Assembleia da ONU do ano passado, entre outras reuniões bilaterais, o presidente se encontrou com o então premiê britânico Boris Johnson.

“Como nos anos anteriores, o presidente da República, ainda que ele fique pouquíssimo tempo na cidade [Nova York], ele vai realizar alguns encontros, poucos encontros bilaterais. Estavam previstos […] com o presidente do Equador, Guillermo Lasso, com o presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, com o presidente Polonês, Andrzej Duda, e com o presidente Sérvio, Aleksandar Vučić e também, o que é uma tradição e há um interesse mútuo de uma conversa com o secretário-geral das Nações Unidas”, disse o secretário de assuntos multilaterais políticos, embaixador Paulino de Carvalho Neto.

A delegação brasileira que comparecerá à Assembleia Internacional será chefiada pelo presidente Jair Bolsonaro e terá, entre os integrantes, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França.

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O Itamaraty não especificou quais outras autoridades irão compor a delegação brasileira, nem confirmou a possível ida da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Ainda segundo o Ministério das Relações Exteriores, o ministro Carlos França permanecerá em Nova York até sexta-feira (23), onde participará de reuniões bilaterais com outros chanceleres.

Discurso de Bolsonaro

O embaixador Paulino de Carvalho informou que o conteúdo do discurso do presidente na abertura da Assembleia Geral da ONU é decidido pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, mas que o Ministério das Relações Exteriores envia sugestões.

“Em relação ao discurso do presidente, naturalmente a decisão última é da Presidência da República sobre qual será o texto a ser lido pelo presidente. Mas, nós aqui do Itamaraty, preparamos subsídios, fazemos as sugestões, compilamos ideias, fazemos as sugestões que nós consideramos pertinentes e cabe aí, em última instância, ao presidente da República decidir o texto que ele lerá”, disse Paulino.

De acordo com o embaixador, entre os temas apresentados ao presidente para serem abordados no discurso, estão: o conflito na Ucrânia e a reação dos países ao mundo pós-pandemia.

Em relação à guerra, o secretário defendeu que será reiterado “o que o Brasil tem dito desde o início do conflito”.

“Que nós queremos uma solução para essa crise, que as Nações Unidas têm que ter um papel, o Conselho de Segurança em especial, preponderante na resolução desse conflito, que nós defendemos a integridade territorial dos países e que nós entendemos que esse conflito tem que ser resolvido rapidamente e pelos meios que nós temos à disposição nas Nações Unidas”, afirmou.

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Em relação ao meio ambiente, o embaixador disse que serão reiteradas as promessas feitas na COP 26, em 2021, entre elas, a redução do desmatamento ilegal da Amazônia e chegar ao desmatamento zero em 2030.

Eleições

Questionado sobre a possibilidade de o presidente misturar em seu discurso a função de chefe de estado com a de candidato à reeleição, Paulino reforçou que a decisão sobre o texto que será lido na ONU cabe ao presidente, mas afirmou acreditar que Bolsonaro “separará as duas coisas”.

“Ele separará as duas coisas, mas ao mesmo tempo ele não pode deixar de ser também um candidato à reeleição”, disse.

“Então, a separação é necessária, mas ela nem sempre é perfeita, então isso depende da ocasião, do momento, da interlocução que os líderes tenham com outros líderes, com a imprensa e o processo eleitoral faz parte da vida democrática de vários países e o Brasil é um exemplo de uma democracia vibrante em que as eleições são escutadas muito seriamente, e com muita competição e eu acho que isso faz parte do exercício democrático. Eu acho até que é um exemplo que o Brasil pode dar a outros países”, acrescentou Paulino.

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Assembleia Geral da ONU

A Assembleia Geral da ONU é composta por 193 países e todos os integrantes têm o mesmo direito a voz e a voto. A previsão é que este ano 130 chefes de estado e de governo estejam presentes.

Desde 1949, o Brasil é o primeiro país a discursar no debate geral da Assembleia. A tradição só foi interrompida entre os anos de 1952 e 1954 (porque outros países se inscreveram antes na lista de oradores), mas foi retomada em 1955.

Segundo o Itamaraty, a tradição diplomática tem origem na época Guerra Fria, quando os países europeus se recusavam a proferir discursos antes das grandes potências (Estados Unidos e União Soviética), porque preferiam reagir às falas destes dois países. Com isso, a possibilidade de abrir os pronunciamentos foi oferecida ao Brasil, que aceitou.

Bolsonaro discursará após o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e após o presidente da 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas, Csaba Kőrösi, da Hungria.

Depois de Bolsonaro, o presidente do país anfitrião, o democrata Joe Biden, dos Estados Unidos, discursará.