"Nunca pensei que uma mulher fosse capaz'Da Folha de PE

A campanha presidencial de 2014 foi um dos assuntos comentados pela ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, em entrevista à Rádio Folha 96,7 FM nesta sexta-feira (25). Naquele ano, Marina disputou a corrida presidencial com Dilma Rousseff, que viria a se reeleger. Marina comentou, entre outros assuntos, sobre as fake news que o PT direcionou contra a sua candidatura naquela oportunidade.

“Uma campanha cinematográfica e mentirosa. Nunca pensei que uma mulher fosse capaz de fazer isso com outra mulher como a presidenta Dilma fez. Mas eu entreguei, não guardo mágoa. A verdade aparece, mais cedo ou mais tarde”, disse.

Marina acusou ainda o marqueteiro petista João Santana, que viria a ser preso junto com sua esposa, após processo da 23ª fase da Lava Jato, acusado de lavagem de dinheiro. Contudo, foram absolvidos do crime de corrupção. “Um marqueteiro inescrupuloso que depois foi pra cadeia pois usou dinheiro roubado para fazer a campanha da presidente Dilma”, acusou Marina.

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Em relação a seu baixo desempenho eleitoral nas eleições de 2018, quando obteve apenas 1% dos votos, Marina disse que apesar disso se mantém fiel aos seus ideais. “A democracia tem essa virtude. As pessoas fazem as suas escolhas depois se responsabilizam por elas. O povo fez outras escolhas e eu respeito a vontade soberana do povo. Prefiro perder ganhando a ganhar perdendo. Entrei nas eleições para oferecer a outra face”, afirmou.

Aliança com o PSB em 2020

“Eu tenho uma relação de respeito com o governador Paulo Câmara, com o prefeito Geraldo e com a Renata (Campos), mas sabemos separar a coisas. A Rede tem seus caminhos e o PSB tem seus caminhos”, separou. “Em 2014 eu que decidi apoiar o Eduardo Campos. Foi uma atitude muito correta e uma tragédia que tirou a vida dele tão precocemente. Eu assumi e não estava preparada psicologicamente para enfrentar uma situação como aquela”, lembrou.

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“A Rede tem autonomia de tomar as suas decisões e mesmo que estejamos em caminhos e palanques diferentes a relação de respeito nunca vai faltar”, destacou Marina.

Disputa interna no PSL

“Em relação a essa confusão, é um ajuntamento de pessoas que não têm um programa partidário. Ontem colocavam o presidente num trono e hoje estão em disputa por poder, por fundo eleitoral”, disparou. Marina citou o exemplo contrário de sua legenda, que não atingiu o coeficiente eleitoral para acessar o fundo partidário. “A Rede vai ter que atravessar a cláusula de barreira, somos um partido programático e decidimos continuar como partido mesmo sem fundo eleitoral. Os partidos que tem fundo eleitoral tem cifras milionárias, trilionárias, como é o caso do PSL. A Rede não tem mas mesmo assim fazemos um trabalho relevante”, destacou.

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STF e segunda instância

“Eu, Marina Silva, defendo a prisão em segunda instância há muito tempo. O julgamento em segunda instância já conta com todos os elementos comprobatórios para fazer o julgamento. A falta da prisão em segunda instância favorece aqueles que são poderosos que podem pagar bancas caríssimas e vão protelando o processo. Não se pode querer usar possíveis erros praticados pela Operação Lava Jato para anular processos”, defendeu.

Marina no Recife

Marina Silva estará no Recife neste sábado (26), em ato realizado como protesto ao vazamento de óleo que atingiu o litoral do Nordeste. Ambientalistas, políticos e representantes da sociedade civil e de movimentos sociais se reunião às 14h, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).