O Bar da Linda em ST e as lembranças do Cabaré de Nivalda

Por Ananias Solon, Zootecnista, historiador e escritor serra-talhadense

Em visita ao tradicional Bar Central, do nosso querido Josuel, seu antigo dono.

Sendo lá um point de encontro dos amigos contemporâneos de nossa adorável Serra Talhada-PE. Como de praxe para um papo com velhos amigos correligionários de carteirinha, e lógico degustar o famoso rim, língua e tripa de porco, acompanhado de umas boas cachaças e a geladissima cervejinha para lavar.

E a roda de amigos fica mais emocionante com a chegada de cada contemporâneo que não deixam de frequentar aquele bendito bar, para boas conversas e resenhas. Os assuntos, extrapolam e se confundem, misturando as opiniões nas vozes altas dos beberrões, que se agitam quando o assunto é política.

Receba as manchetes do Farol de Notícias em primeira mão pelo WhatsApp (clique aqui)

Lá estou naquela mesa, arrodeados pelos amigos: Jean Matuto, Rogério Pitú, o cantor Carlinhos Pajeú e o violonista Cesar Rasek. E o melhor foi quando chegou na mesa, a ‘Madame Lindaura Albuquerque Trajano (LINDA), uma figura simpática, bem vestida, óculos ray-ban escuro, batom vermelho, aparentando seus 60 anos.

Convidamos ela para fazer parte da mesa. Ela se apresentou, falando que tinha 40 anos de ofício, foi então que começamos a conversar, perguntei qual sua atividade e ela me respondeu que era proprietária do prostíbulo BAR DA LINDA , localizado na Rua da Lama, e foi logo me dizendo que: o Cabaré dela, só perdia para o nostálgico antigo Cabaré de Nivalda, no Borborema (in memoriam).

Isso, de imediato, me remeteu a uma entrevista que assisti no programa de Jô Soares, com a jornalista Dadá Coelho, falando do “Cabaré Pau não Sessa”. Achei muito parecido com o Bar da Linda, principalmente, quando ela falou na tabela de saliência.

Lindaura foi logo dizendo que no seu Cabaré tem prevenção contra ‘chexo’ e tem escrito na entrada um aviso: “Aqui o amor é como cinema, o pagamento é feito adiantado” e tem outro aviso fixado dentro dos quartos: “Dinheiro na mão, calcinha no chão; dinheiro não saiu, calcinha subiu”.

E seguindo a tabela de saliência, tem escrito com batom, em uma cortina: “somos flexível, aceitamos pagamento com Pix, cartão de débito e crédito parcelado. A tabela de preço varia, uma hora de sexo normal é R$ 100, sexo oral é R$ 50, sexo anal é R$ 150 e na promoção, sexo completo R$ 250. O preservativo é obrigatório e por conta da casa.

Os principais fatos de Serra Talhada e região no Farol de Notícias pelo Instagram (clique aqui)

E a Madame Lindaura continuou falando em seu bar, que é um ambiente familiar e saudável: “Nosso objetivo é a satisfação (gozo) dos clientes. Tem mulher para todo gosto; de mamando a caducando, é proibido menores e velhos no recinto.

O dia preferido é o dia de feira, pois, chegam às mulheres da região circunvizinha, que vêm desfrutar das doçuras do amor carnal, fazendo assim, suas rendas extras. Lá tem mulher da sua preferência: gorda, magra, negra, branca, mulata. As mais preferidas pelos matutos, são as gordas,

Aí eu indaguei a Lindaura, que me fez lembrar de um boato, que no “Caliente Cabaré de Nivalda”, existia na época, na década de 1970, uma dama por nome de Dolores Tesão, que toda semana vinha da região do Ceará.

Ela chamava atenção com seus olhos verdes encantadores, manequim escultural, uma garupa formosa, barriga batida, com suas belas coxas, tendo seu escore corporal, 120kg e 1.80 altura bem distribuídos.

Quando ela chegava, já existia fila na porta do seu quarto, à espera da Deusa, para saciar os desejos afrodisíacos da rapaziada; lembrando assim o ditado, pão com banha. E a fila seguia com seus pretendentes felizes e sisudos, vagando nos seus imaginários sedutivos, aguardando ansiosos por sua vez. Lindaura sorriu e eu continuei, dizendo que seus relatos foram show!

Fiquei pasmo, refletindo que, mesmo com o avanço tecnológico e a invasão da Internet, com suas redes sociais; pensei que esse ramo tão antigo já estivesse em extinção.

Mas, elogiei com todo respeito, o grau de civilidade e praticidade da Madame Lindaura Albuquerque e terminamos o papo. Ela se despediu nos convidando para o desfile carnavalesco do bloco das mulheres do Bar da Linda, que se apresentarão na concha acústica na folia de Momo.

Receba as manchetes do Farol de Notícias em primeira mão pelo WhatsApp (clique aqui)