Fotos: Farol de Notícias/Max Rodrigues

Publicado às 05h30 deste sábado (1)

Neste dia 1º de Maio, Dia do Trabalhador, o Farol abre espaço para Manoel Lima, mais conhecido por Nequin da Pamonha, que há 14 anos ocupa uma calçada da rua Agostinho Nunes Magalhães, no Centro de Serra Talhada, numa luta diária pela sobrevivência. Todos os dias Nequin percorre 4 quilômetros a pé pelas ruas de Serra Talhada, carregando o seu carrinho recheado de pamonhas, canjicas e bolinhos de milho, até o Centro da cidade para começar as suas vendas. Já são 14 anos e não se vê fazendo outra coisa. Com ajuda de sua esposa Eliane Maria de Souza, ele começa a produção às 5h e se envolve desde do preparo até as vendas.

Veja também:   PRF apreende carreta com 16 toneladas em Serra Talhada

“Há 14 anos que vendo pamonha, antigamente eu vendia para outras pessoas, trabalhei com um rapaz de Afogados da Ingazeira e trabalhei para outra mulher também, mas hoje a gente trabalha para a gente mesmo, fazemos a pamonha, a canjica, o bolinho de milho. Meu sustento é só com as vendas das pamonhas, mas nesse período da pandemia foi difícil, a gente ficou muito tempo parado, chegamos a passar dificuldades, mas graças a Deus estamos aqui de pé, com a ajuda de Deus trabalhando. Eu vendo o ano todo, de janeiro a janeiro, quando eu não venho o pessoal procura saber sempre o que aconteceu. No São João quando a gente pode pegar uma encomenda, a gente pega. É bastante trabalhoso, a luta é grande”, afirmou Nequin.

DA ROÇA PARA ÀS RUAS

Manoel começou a trabalhar na roça com 8 anos de idade, ajudando seu pai e seguiu na agricultura durante muitos anos, até que um dia começou a vender a pamonha e não parou mais. Já chegou a vender 217 pamonhas em apenas 1 dia, não é nada fácil, mas pra ele é prazeroso. Seus produtos são muito famosos por toda a cidade e a receita é um marco em sua vida, pois tem a memória afetiva de sua mãe fazendo as comidas de milho nas festas juninas, por isso não sentiu dificuldade quando precisou fazer o preparo, já são 6 anos com receita própria.

Veja também:   Estudante de ST não resiste e morre após AVC

O ambulante, assim como muitos sertanejos, conheceu a vida dura da roça na caatinga pernambucana muito jovem, vindo do Sítio Juazeirinho e mora na cidade há 14 anos, veio junto das pamonhas, seu trabalho duro formou sua família, e seu jeito simples de ver a vida, hoje é feliz com o que faz. “Eu gosto de trabalhar com a pamonha, gosto de fazer o preparo, gosto de espalhar o milho, vender as pamonhas, receber os elogios, receber as críticas. Eu vendo de 60 a 70 por dia e canjica de 25 a 30, quando tem bolinho de milho eu vendo 20 a 30 unidades. Eu acho bom trabalhar, o dia do trabalhador é um dia muito importante para nós, me sinto homenageado”, relatou.

Veja também:   Homem é alvo de ataque e é ferido no pescoço e cabeça em ST