charge-politico_discursandoPor Jorge Apolônio, policial federal e membro da Academia Serra-talhadense de Letras (ASL)

É fácil administrar um município? Não. É demasiadamente complexo. E por que tanto interesse de alguns em querer ser prefeito? Uma pequena parte quer por acreditar que realmente fará a diferença, mas mesmo esses, quase sempre, não conseguem. São os ingênuos bem intencionados.

A grande maioria quer a prefeitura por mera vaidade política mesmo. São os supostamente espertos. Onde é que as coisas começam a se complicar? Na falta de capacidade de gestão do eleito, na incompetência mesmo. Imagine você, que na competência administrativa tem um indivíduo para gerir um município, se ele não administra bem nem sua vida, suas contas.

Para se eleger, faz um rol interminável de promessas. Para isso, põe-se a mentir. E, quanto mais promete, mais mente, mais ilude o eleitor tabacudo que acredita que aquele candidato vai conseguir até o fim da fome. Elege-se quem promete mais e, por conseguinte, mente mais. A arte de mentir tem sido aliada da arte de se eleger. Além disso, a estupidez do eleitor contribui concretamente para eleger os canalhas.

Seja por não atentar com responsabilidade o eleitor para o perfil do candidato, seja por querer tirar “suposta vantagem”, exigindo benesses na campanha eleitoral. Isso é crime. Aí, candidato e eleitor se igualam na canalhice. Se aparecer algum candidato sensato, que não compactue com essa prática, falando a verdade, dizendo, além do que é possível fazer, o que não é possível, esse estará fadado à derrota. Ah, então não é possível administrar bem uma prefeitura?

É. Mas o candidato tem que apresentar dotes administrativos comprovados, além de indispensável habilidade política, e realizar uma campanha limpa, sem enganação, sem mentiras, sem prometer o irrealizável, sem conluios, sem conchavos, sem troca de votos por bugigangas, em suma: ser honesto desde o princípio. É mais difícil se eleger assim? Sim. Mas esse é o caminho. Fora isso, só haverá o caos e a decepção, que é o que temos tido.