Por Gilvan Magalhães, Cientista Político com especialidade em Sociologia e Antropologia pela UFPE
Pressentindo emoções, que hão de vir. Temo não preencher os seus espaços. Vou dividir meu ser e ser pedaços, Substabelecendo o meu sentir. Cada parte de mim vai se incumbir De uma só emoção, definir traços, dizer do ajustamento dos abraços E tudo, fielmente, traduzir.
Hoje, o cenário Calumbiense, mais uma vez, descortinou o meu dia; cidade, “onde o azul do céu, é mais cor de anil… onde o Sol tão quente parece mais gentil”, é “a porta do Sol deste país tropical… Somos os sonhos, a esperança, somos o Sol do extremo oriental!” Campinense de nascimento e nordestino por destinação, fui conduzido, pela generosidade do meu destino para o Recife.
Sempre vou preconizar o meu amor por Recife. Sei que poderia enfrentar, talvez, as piores provações da vida, mas não suportaria um único dia em que a convicção do meu amor por Calumbi, e de Calumbi por mim, fraquejasse. Calumbi me deu o berço, e Recife me chamou de coração. Esta não é apenas a Capital deste Estado maravilhoso. Recife, terra hospitaleira por excelência, é a mãe acolhedora de todos nós. Aqui, “no Nordeste imenso… tem um fulgor intenso, meu nosso! – sublime torrão!”
Há muito, as bandeiras de Calumbi e de Recife já impingiam no meu peito um amor que transpõe as palavras, engrandecesse mais que ações, ultrapassa qualquer plano material. O amor, que não cabe em si, transborda por Pernambuco, alcançando cada Município, cada lugar, cada pedaço desta nossa terra abençoada. Mas, foi Calumbi que me originou, e o mar me conquistou com seus encantos. E, nesse trajeto de Serra e Mar, de Calumbi e Recife, que trilho meus passos, sonho meus sonhos, conquisto vitórias e edifiquei postulados.
A história, neste caso, subverte a geografia: serra e mar se abraçam, numa interseção sem curvas, sem distância e sem atalho no mapa dos meus afetos. Percorro, em meu roteiro sentimental, as lições que recebi de meu pai, Expedito, observando sempre a sutil diferença entre ser sábio e ser sabido; entre ser oportuno e ser oportunista; entre ser preparado e ser esperto… e a importância de ser reto.
Herdei de Expedito, meu pai, e ao amor sem fim de Dona Rosa , minha mãe, dedico a ambos, a D. Rosa e a Expedito, essas honrarias, que me permitem, tendo nascido em Calumbi, ser recifense também, para ser Pernambuco cada vez mais! Sou eternamente grato por essas oportunidades. Nascer em um Estado tão belo, com tesouros naturais e humanos tão destacados é uma dávida…
Agradeço ao Criador por este milagre a nós concedido! Saber agradecer é uma arte. Às vezes, o maior agradecimento está na frase que não foi dita, no verso que não foi escrito. O agradecimento está na alma e só quem espia da janela do coração pode ver.
Ao final, fico com as lições do poeta Mário Quintana: “Quero, um dia, dizer às pessoas que nada foi vão, que o amor existe, que vale se doar às pessoas, que a vida é bela sim e que eu sempre dei o melhor de mim… e que – tudo – valeu a pena.”
13 comentários em OPINIÃO: Calumbi, meu eterno amor, porto seguro e meu berço de saudades