Por Eugênio Marinho, empresário

Muitas vezes, os mesmos ingredientes dão origem a bolos totalmente diferentes, dependendo da forma como são combinados por quem o faz, a ponto de se pensar que eles não têm em sua composição os mesmos elementos. Assim, também acontece, sob a ótica econômica, com a qualidade da nossa vida particular, com a qualidade da vida na nossa cidade, no nosso estado ou no nosso país. Nelas, estarão sempre presentes e determinando sua realidade, como elementos comuns: as receitas disponíveis, as despesas e os investimentos. Como num bolo, a forma como estes elementos são combinados, determinam a configuração final da nossa qualidade de vida pessoal ou coletiva.

BOLO BOM

Na nossa vida particular, o fato de vermos filhos de pobres enriquecerem e filhos de ricos empobrecerem se constitui num demonstração cabal de que o jogo da vida não tem cartas marcadas a ponto de impedir a mobilidade ou garantir a permanência das pessoas dentro das classes sociais. Havendo determinação para se vencer os obstáculos, certamente eles serão vencidos e prosperar será algo sempre possível. Na nossa cidade, no nosso estado ou no nosso país, a combinação ideal destes elementos: receitas disponíveis, despesas e investimentos, é um desafio constante a ser vencido pelos seus gestores e suas equipes, e imprescindível ao desenvolvimento.

O desenvolvimento de qualquer cidade será conseqüência dos investimentos feitos nela, mas para puder se investir é preciso que as despesas sejam menores do que as receitas, não há outro caminho. O investimento bem feito, aumenta a receita, criando assim, um ciclo virtuoso. É como a pessoa que poupa, para comprar algo a vista, por um menor preço, economizando assim os juros do financiamento. O Prefeito, o ordenador de despesas, como a própria função sugere, é quem definirá a participação deste elemento, as despesas, na combinação ideal dos três elementos sempre presentes: receitas disponíveis, despesas e investimentos. Tão importante quanto aumentar a receita, é minimizar e ter qualidade nas despesas, além de ser eficiente nos investimentos.

BOLO RUIM

A partir de janeiro de 2013, serão entregue aos prefeitos eleitos, estes três elementos das cidades que irão administrar, poderão, assim, cada um com sua gestão, se transformar na cereja do bolo. Neste complexo jogo da busca da combinação ideal destes três elementos, o diferencial, com certeza, não estará em querer sempre mais receita, através de parcerias estaduais ou federais, pois nisto todos os prefeitos serão iguais, além de legitimamente buscar isto, lidar com competência e transparência com a restrição da receita disponível, será sim, a chave de uma gestão próspera.

Ademais, se não houvesse restrições na receita disponível, em tese, não haveria problemas para pagar qualquer despesa ou fazer qualquer investimento, e administrar seria apenas ver o tempo passar. Não há mistério, é exatamente assim, simples na concepção, complexo na execução e totalmente possível quando verdadeiramente se deseja. Na prática, poderemos, a partir dos mesmos elementos, dispor de um bom bolo, de um bolo ruim ou até, levar um bolo.