SAÚDE: Leitor evidencia falhas no sistema de marcação de consultas em Serra Talhada

DA HISTÓRICA CULTURA PATRIMONIALISTA BRASILEIRA A principal falha começa na cultura patrimonialista do povo e dos entes públicos no Brasil.Ora, se o serviço é público, ele deve ser ofertado de maneira isonômica a todos os que o buscam e dele necessitam.Essa pratica é histórica e não foi Márcia Conrado nem Bruna que criaram.Pelo contrário, a atual gestão tem se colocado contra essas práticas. Inclusive, a própria Secretária de Saúde passou a madrugada junto aos funcionários da regulação orientando as pessoas que chegavam.É injusto cobrar respostas e soluções de uma gestão recém formada em relação a um problema que só poderá ser enfrentado e resolvido por todos. T-O-D-O-S! E as pessoas são parte ativa nisso. Pois se for estabelecido um fluxo de encaminhamento ele não pode ser burlado por ninguém "indicado" seja por vereador, promotor, ou o papa Francisco.DO ARGUMENTO DE AUTORIDADE x ACESSO UNIVERSAL AO SERVIÇO DE SAÚDEQuem tem o poder é o povo.Porém, quando as pessoas buscam as autoridades legislativas, ou até mesmo, promotor, para "garantir" a marcação de x consultas, acabam "passando na frente" de muitas outras que estão esperando por sua vez.É incrível como as pessoas de Serra Talhada enchem a boca pra dizer que vão no Promotor para ser garantido que passem na frente dos outros. Como se isso fosse legítimo e eticamente aceitável. Isso é só uma prova de como a tese sociológica do "Argumento de Autoridade" é muito presente ainda em nosso país, e na nossa cidade.Todos sabem que a demanda pela saúde é enorme e que todos têm o direito de serem atendidos. Porém, como não é possível atender a todos existem regras que devem ser cumpridas para garantir o respeito àqueles que enfrentam filas em busca de suas consultas.CONCLUSÃO: A solução desse problema, em tese, começa na definição de um fluxo de encaminhamento preciso, objetivo e claro.Porém, na prática, a solução vai muito além do estabelecimento desse fluxo, porque para ser eficaz, é preciso que haja a observância do fluxo tanto pelos operadores do serviço, como também pelas pessoas que (desonestamente) procuram autoridades de forma deliberada para "furar fila", referendadas por "ordens" emanadas de autoridades a, b ou c.Infelizmente, estamos muito longe da superação dessa cultura patrimonialista, caracterizada pelo fenômeno da coisa pública ser encarada como se particular fosse.E o comportamento das pessoas que insistem apenas em criticar e, pasmem, cobrar respostas imediatas de gestores recém empossados, é apenas um indicativo de que as pessoas são míopes e não querem olhar o problema em todas suas nuances.Para regulação funcionar ela precisa ser respeitada por todos: autoridades do poder legislativo, executivo, justiça e população usuária do serviço. Se um sequer desrespeitar o fluxo, por mais bem intencionado e por maior o prestígio da chancela institucional que represente, haverá o efeito cascata em relação a todo o sistema de cotas que prejudicará cidadãos como o autor dessa carta veiculada no Farol.