Por Jorge Apolônio, policial federal e membro da Academia Serra-talhadense de Letras
A GENTE SE ACOSTUMA, MAS NÃO DEVERIA ….
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não deveria …
A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem outra vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha pra fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão […]
Marina Colasanti
A gente se acostumou com a precariedade e a imundície do mercado público, o descaso, a incompetência e a indiferença do poder público para com o quadro ali reinante, o despreparo dos concessionários, os gatos e cachorros ali passantes, a câmara frigorífica que não funcionava, a fábrica de gelo clandestina etc.
E, porque se acostumou, a gente não acredita que um dia terá um mercado público decente, embora mereça e pague por isso.
Enfim, a gente se acostumou com o absurdo dos absurdos que se tornou o mercado público que, quando o Ministério Público toma a atitude que deveria tomar (INTERDITAR), há gente que tem a estupidez de achar que é uma injustiça. Contra quem? D.E.M.O.R.O.U…
Eu sei que a gente se acostumou. Mas não deveria …
16 comentários em OPINIÃO: Nos acostumamos com a imundície do mercado público de Serra Talhada