pedro eugenioPor Pedro Eugênio, deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT)

Leio notícia sobre recente relatório do Citybank, assinado por Mayara Baggio em um conhecido blog. “Na análise do cenário brasileiro, o Citibank aponta um aumento da popularidade da candidata Marina Silva, do PSB, ante seu antigo aliado, Eduardo Campos, o que deve garantir sua vitória no segundo turno da eleição presidencial, dia 26 de outubro.” E segue a notícia: “Com Marina na Presidência, é esperada a implementação de mais políticas econômicas pró-mercado…”

Fica claro, então, porque sempre que Dilma cresce, a bolsa cai, e vice versa. Como se sabe nunca os bancos ganharam tanto quanto nos governos Lula e Dilma. No entanto, o mercado financeiro quer mais. Querem que a política macro-econômica do pais seja dirigida a partir de sua visão de mundo, de seus interesses. Defendem, portanto, a independência do Banco Central (em relação ao governo), que assim passaria a estar muito mais sujeito às pressões do dito mercado.

O setor financeiro tem a estratégica função de financiar a produção, o comércio e os serviços. Entretanto, se deixado sem controle externo, tende a atuar, cada vez mais, como agente especulativo, alimentando cirandas financeiras globalizadas altamente rentáveis mas de alto risco para as economias.

Desde 2008 que o chamado “mundo desenvolvido” se debate com uma crise internacional sem precedentes, que resiste já há sete anos em ser superada, apesar dos bilhões de dólares que o FED (Banco Central dos Estados Unidos) tem injetado no mercado.

E qual a origem desta crise mundial? A desregulamentação do mercado financeiro americano, que gerou uma quebradeira mundial dos bancos e atingiu em cheio a Europa. Pois é isso que Marina, candidamente, anuncia e o mercado financeiro já percebeu: o deixará mais livre, menos controlado.

O Brasil conquistou uma invejável posição quanto à regulação do mercado financeiro feita pelo nosso Banco Central que, além de estar sempre atento à defesa da moeda, não perde de vista as necessidades mais amplas do desenvolvimento econômico nacional, como deve ser. Esta conquista, reconheçamos, teve início antes mesmo dos governos do PT, (que a preservou) a partir do Plano Real, levado a cabo pelo governo Itamar Franco.

É toda esta conquista, que gera estabilização, que Marina se propõe a jogar fora, como se fosse “moderno” ter-se um banco central independente e um mercado financeiro menos regulado pelo estado.

Por isso a bolsa cai quando Dilma cresce. Ao invés de ser um mal sinal, significa que Dilma está certa. Enquanto a bolsa cai, o apoio popular aumenta, mostrando que o povo está entendendo o significado desta eleição.