Leio notícia sobre recente relatório do Citybank, assinado por Mayara Baggio em um conhecido blog. “Na análise do cenário brasileiro, o Citibank aponta um aumento da popularidade da candidata Marina Silva, do PSB, ante seu antigo aliado, Eduardo Campos, o que deve garantir sua vitória no segundo turno da eleição presidencial, dia 26 de outubro.” E segue a notícia: “Com Marina na Presidência, é esperada a implementação de mais políticas econômicas pró-mercado…”
Fica claro, então, porque sempre que Dilma cresce, a bolsa cai, e vice versa. Como se sabe nunca os bancos ganharam tanto quanto nos governos Lula e Dilma. No entanto, o mercado financeiro quer mais. Querem que a política macro-econômica do pais seja dirigida a partir de sua visão de mundo, de seus interesses. Defendem, portanto, a independência do Banco Central (em relação ao governo), que assim passaria a estar muito mais sujeito às pressões do dito mercado.
O setor financeiro tem a estratégica função de financiar a produção, o comércio e os serviços. Entretanto, se deixado sem controle externo, tende a atuar, cada vez mais, como agente especulativo, alimentando cirandas financeiras globalizadas altamente rentáveis mas de alto risco para as economias.
Desde 2008 que o chamado “mundo desenvolvido” se debate com uma crise internacional sem precedentes, que resiste já há sete anos em ser superada, apesar dos bilhões de dólares que o FED (Banco Central dos Estados Unidos) tem injetado no mercado.
E qual a origem desta crise mundial? A desregulamentação do mercado financeiro americano, que gerou uma quebradeira mundial dos bancos e atingiu em cheio a Europa. Pois é isso que Marina, candidamente, anuncia e o mercado financeiro já percebeu: o deixará mais livre, menos controlado.
O Brasil conquistou uma invejável posição quanto à regulação do mercado financeiro feita pelo nosso Banco Central que, além de estar sempre atento à defesa da moeda, não perde de vista as necessidades mais amplas do desenvolvimento econômico nacional, como deve ser. Esta conquista, reconheçamos, teve início antes mesmo dos governos do PT, (que a preservou) a partir do Plano Real, levado a cabo pelo governo Itamar Franco.
É toda esta conquista, que gera estabilização, que Marina se propõe a jogar fora, como se fosse “moderno” ter-se um banco central independente e um mercado financeiro menos regulado pelo estado.
Por isso a bolsa cai quando Dilma cresce. Ao invés de ser um mal sinal, significa que Dilma está certa. Enquanto a bolsa cai, o apoio popular aumenta, mostrando que o povo está entendendo o significado desta eleição.
11 comentários em OPINIÃO: Nunca os bancos lucraram tanto com Lula e Dilma, admite Pedro Eugênio