Por Paulo César Gomes, Professor, escritor e colunista do Farol
Está tudo azul em Serra Talhada. No céu e nas ruas. A cor está diretamente ligada ao noticiário local, já que a mais de um mês a instalação da polêmica zona azul vem tirando o sono do prefeito, dos empresários, dos funcionários do comércio e dos moradores das ruas onde o modelo de “estacionamento revolucionário” vai ser instalado.
A zona azul é hoje um mal necessário, já que é preciso organizar o caótico trânsito da cidade. O problema é que a privatização do espaço público está trazendo um ônus financeiro a mais para uma população que sofre com a crise financeira e com os constantes aumentos de produtos essenciais – gasolina, alimentos, medicamentos, vestuário -, e que até então podia estacionar o seu veículo ou moto a custo zero.
Do ponto de vista da população a zona azul é só mais uma despesa. Do ponto de vista da prefeitura é mais um desafio, já que o executivo não criou nenhuma alternativa de estacionamento gratuito para a população. Sem contar que, segundo a jurisprudência, é obrigação da prefeitura e da empresa que ganhou licitação, a responsabilidade por danos e furtos com base no chamado “dever de guarda”. Trata-se de instituto jurídico, comum em contratos com estacionamentos privados, o qual obriga o contratado zelar pela guarda do veículo, e entregá-lo no mesmo estado em que se encontrava no momento em que ali foi estacionado.
Outra saída para o problema é a diminuição da calçada, a exemplo de um renomado supermercado da cidade, que antes estava incluída na área da zona azul e agora não é mais. Se a moda pega a maioria das calçadas do centro da cidade serão reduzidas.
E A OPOSIÇÃO?
O outro lado azul da cidade, é o da oposição, que a cada dia busca fortalecer o discurso para que 2016 possa por fim na gestão Luciano Duque. O grande desafio dos “azuis” não se resume apenas ao fato de que ainda não existe um nome que una o chamado G11, mas ao fato de que falta uma liderança para conduzir o processo. O líder natural é o secretário de transportes Sebastião Oliveira.
No entanto, por diversas razões ele anda distante fisicamente da sua base em Serra Talhada. Sem um líder a oposição bate cabeça e se perde em meio à vaidade das suas peças chaves, por isso, a presença de “Sebá” equilibra os ânimos e ameniza as divergências. Na verdade, o sonho de “Dom Sebastião” é ser prefeito de Serra Talhada, porém, por questões de foro íntimo, o secretario não vai para a revanche com Duque. E não será surpresa se num futuro distante, Sebastião Oliveira não abandone a política e siga os passos do seu pai, o conselheiro Sebastião Ignácio de Oliveira Neto.
Pelo visto, o azul ainda vai continuar dando o tom das discussões em Serra Talhada, mesmo que a cor não esteja trazendo tantas alegrias como à população merece.
Um forte abraço e até a próxima!
17 comentários em OPINIÃO: O azul tomou conta de Serra Talhada, resta saber o que isso traz de bom