corujão

Por Adelmo José dos Santos, escritor de Serra Talhada

Esse time é o Corujão Futebol Clube. um time que Claudinho tinha em 1978. O nome é Corujão porque o time treinava as três horas da madrugada. Essa era a hora que Claudinho levantava e saia acordando os jogadores indo de casa em casa. Em pé: Claudio, Adelmo, Carlinhos e Ném Pretinho. Agachados: Antonio de Bia, Miro, Claudinho e Riceldo. Essa foto foi tirada no jogo contra o América de Pescocinho, o Corujão venceu por 3 X 1. Foi a decisão do campeonato serra-talhadense de futebol de salão de 1978. Um campeonato que foi  realizado na quadra do Colégio Municipal Cônego Torres.

O Corujão foi campeão com 2 gols de Antonio de Bia e 1 gol de Ném Pretinho. Antonio de Bia foi o artilheiro do campeonato marcando 18 gols. O tempo passa as coisas mudam, e a gente vai vivendo cada um com a sua história. Como é tão bom relembrar a nossa adolescência e a nossa juventude nos times que jogou bola, dá vontade de chorar. Hoje Claudio é guarda municipal, Adelmo irmão de Mamede eu não sei onde andará, o Carlinhos é Fi de Zinha, também não sei como está. Ném Pretinho foi diretor do clube “Peladão”, parou de jogar futebol vive exclusivamente para a família. Claudinho hoje é um professor aposentado, continua jogando futebol no Peladão e no Moureirão, e Riceldo, é um senhor aposentado pelos Correios. Miro Amarante hoje é dono de restaurante e músico da Filarmônica Vilabellense. Antonio de Bia fez o gol mais importante da sua vida fora das quadras, quando parou de beber.

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Nesse dia ele fez um gol de letra, um verdadeiro gol de placa. Antonio de Bia é um “Patrimônio Cultural de Serra Talhada”. Quem tiver dúvidas é só acompanhar o trabalho que ele faz desde os anos 60 até os dias atuais. Hoje, Antonio de Bia é dono do maior acervo cinematográfico de Serra Talhada.

TEMPOS MOVIMENTADOS

A quadra antiga do Colégio Cônego Torres tem histórias pra contar. Era um celeiro de craques, foram muitas gerações que jogou futebol lá. Quando a quadra tinha jogo era grande a emoção, com a torcida lotando para torcer pro seu time de futebol de salão. Na época dos jogos olímpicos, a maior rivalidade era quando jogava o time do Ginásio Industrial contra o time do Colégio Cônego Torres. No time do Cônego Torres tinha Paulo de Micena, e as defesas do goleiro Daguinha eram coisas de cinema. No time do Ginásio Industrial os goleiros se assustavam com os chutes de Zé Vital, que parecia um canhão, chegando a estourar as bolas de futebol de salão.

Aquela quadra velha que tinha no Cônego Torres vai ser difícil de esquecer o futebol como era, com os dribles e as jogadas de Fernando da Favela. Isso tudo aconteceu são histórias do passado, a quadra foi demolida construíram uma nova quadra, mas a história continua, jamais será apagada. Hoje a quadra é uma arena já não tem mais jogadores, não existe futebol cada jogo é uma briga cheio de gladiadores, não há nada que relembre o futebol que havia antiga quadra do Colégio Cônego Torres.