OPINIÃO: Prefeitos, qual o valor ideal do Fundo de Participação dos Municípios?Por Eugênio Marinho, empresário 

Ele deve contemplar os cachês artísticos distorcidos de algumas festas municipais? Deve incluir os salários de servidores ou terceiros que recebem sem ir trabalhar, fantasmas ou que poderiam ser dispensados? Deve cobrir os preços praticados por licitações viciadas? Ele precisa se adequar aos custos das estruturas ineficientes geradas em torno de algumas prefeituras? Precisa ser apropriado para pagar as caras campanhas políticas? Deve ser suficiente para pagar despesas pessoais de alguns prefeitos sem nenhum vínculo com a gestão municipal? Ou, deve ser adequado para cobrir todos os desvios cometidos dentro da gestão municipal, fruto do mal exemplo dado por muitos gestores?

Eu não disponho destes recursos. Podemos discutir o equilíbrio entre direitos e deveres de nossa relação federativa, obviamente, dentro de uma outra pauta administrativa. Fomos eleitos gestores pelo povo brasileiro para administrar corretamente, otimizando-se a aplicação dos recursos disponíveis. Nunca disporemos de todos os recursos desejados, nunca se dispõe, sempre teremos que eleger prioridades. Ademais, se eles são escassos na ótica de quem vai os administrar, são também, extremamente pesados na ótica de quem os disponibiliza, o povo brasileiro, que paga quase 36%, em impostos, de toda riqueza que gera com seu suor e com a sua capacidade de correr riscos.

São quase 130 dias por ano, trabalhando gratuitamente e bancando os custos de suas atividades, para disponibilizar estes recursos à administração pública, é um grande exemplo, é um enorme esforço. Eles esperam uma postura diferente de todos nós. Aguardam de nossas gestões uma melhor relação custo/benefício. Independente da renda que se tenha, a vida nos ensina, que, ou as despesas por nós geradas são sempre menores do que as nossas receitas, ou mais cedo ou mais tarde, teremos que arcar com as consequências do desequilíbrio financeiro gerado. Se na política, dois mais dois pode dar qualquer coisa, em se tratando de gestão, onde dois mais dois dar qualquer coisa, é qualquer coisa, menos uma gestão eficiente.

Vamos nos dar as mãos e tenham certeza, que onde o governo federal ficar convencido de que a gestão municipal é eficiente, sem os custos dos vícios citados, ele não faltará. Se o conteúdo da reunião dos dias 28, 29 e 30 de janeiro, entre a presidenta Dilma Rousseff e os novos prefeitos, fosse este, e a impunidade passasse a ser coisa do passado, em breve, poderíamos verdadeiramente dizer: “Dos filhos deste solo, és mãe gentil, pátria amada, Brasil”.