Nesta semana, em que a Igreja Católica celebra a Semana Santa, a reportagem do Farol de Notícias conversou com o Padre Wellington Luiz, atual paróco da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, em Serra Talhada, que explicou o significado católico da Semana Santa e da Páscoa. Leia om atenção o relato abaixo:
“Na Semana Santa os fiéis são convidados a participarem das celebrações com fé e dedicação, não como um “grande feriadão”, mas um momento de tomada de consciência do amor de Deus pela humanidade, expresso na doação da vida de Jesus Cristo para nos salvar. Trata-se de uma oportunidade da comunidade cristã pôr-se a caminho de Jesus em vista de sua paixão e ressurreição.
O domingo de Ramos da Paixão do Senhor marca o início da Semana Santa, a semana maior da fé cristã. Jesus entra na cidade e é aclamado como rei. Apresenta-se como homem simples, humilde e pacífico, montado num jumentinho que é animal dócil e símbolo paz, enquanto o cavalo seria símbolo da guerra. Em sinal de reconhecimento e gratidão pelas maravilhas que Jesus havia realizado, o povo o aclama com ramos nas mãos e com mantos estendidos à sua passagem.
Na Quinta-Feira é celebrado o mistério da instituição da Eucaristia, do sacerdócio ministerial e do mandamento do amor.
Jesus quis celebrar a páscoa com seus discípulos. A novidade que Jesus introduz na última ceia é que o pão e o vinho se tornam seu corpo e sangue. E isso será para sempre: “todas as vezes que fizerem isso, façam em memória de mim”. Isto significa que, doravante, celebrar a ceia do Senhor é fazer memória, isto é, tornar presente a sua doação, a sua entrega em favor da humanidade.
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Jesus nos surpreende com o conhecido e sempre lembrado gesto do lava-pés. Passa lavando os pés de cada apóstolo, expressando um gesto que era tarefa de servos. Mas Jesus é o Senhor que serve, pois, na sua comunidade, o maior é aquele que serve a todos. “Eu vos dei o exemplo – disse nessa ocasião – para que assim como eu fiz, façais também vós”.
Jesus abaixa-se diante de cada apóstolo para lavar-lhe os pés. Esse gesto nos toca profundamente: Deus abaixa-se para erguer o ser humano. Esta lição de humildade deve provocar em nós um sentimento de gratidão a Deus e motivar-nos a valorizar nossos semelhantes.
Na Sexta-Feira Santa a Igreja celebra o mistério da morte de Jesus na cruz.
Jesus, no tribunal de Pilatos, recebe a sentença de morte. Sai, toma a cruz sobre os ombros e caminha para o lugar da crucificação. Caminho dificultoso, no meio da multidão que estava ali para a festa da Páscoa.
Uma multidão de curiosos, muitos dos quais sem saber quem era o condenado; outros, principalmente um grupo de boas senhoras, fazendo lamentações por Jesus que as havia beneficiado com a palavra, o carinho as curas…
A imaginação nos permite visualizar, ao longo do caminho, alguns tombos de Jesus, oprimido pelo peso do madeiro. Um corpo fragilizado, sem ter tido tempo e condições para repousar, estende-se ao solo. Humilhação, violência, agressão com palavras e com ações por parte dos encarregados do cortejo para o sacrifício.
No calvário, faz o último despojamento de si mesmo: entrega suas vestes, entrega suas mãos para serem cravadas no madeiro, entrega sua mãe ao discípulo amado e, nele, a toda a humanidade, e num grande suspiro entrega ao Pai seu espírito.
Segundo tradição muito antiga, a Igreja não celebra a Eucaristia, mas põe em destaque a proclamação da palavra. Neste dia, a comunidade cristã se reúne para vivenciar não um funeral, mas a morte vitoriosa de Jesus Cristo.
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Recordo que a sexta-feira santa é dia de jejum e abstinência. Que o Senhor nos abençoe!
Sábado Santo, dia de silêncio e de oração; tempo de contemplação e de espera da ressurreição do Senhor. É também o grande dia de Maria, a hora de Maria, a qual, mais uma vez, haverá de guardar todas essas coisas, meditando-as em seu coração.
VIGÍLIA PASCAL
Sobre a Vigília Pascal, Santo Agostinho a chamava “a mãe de todas as vigílias”. Os elementos simbólicos mostram a riqueza da celebração: o fogo novo de onde deriva a luz do círio pascal. O círio aceso e a procissão dos fiéis ao seu redor indicam a presença de Cristo ressuscitado, iluminando e guiando a sua comunidade. O canto festivo da Proclamação da Páscoa recorda a todo o povo as maravilhas da redenção realizada por Cristo.
As várias leituras da liturgia da palavra nos dão um panorama da história da salvação, salientando o amor de Deus pela humanidade e suas intervenções salvíficas, suas alianças, desde a origem até a plenitude dos tempos, quando vem Jesus para dar cumprimento a tudo o que previsto desde os tempos antigos. Enfim, os cânticos festivos, os aleluias, as flores, cores e luzes em abundância, tudo indica que o clima é de alegria pela presença do Cristo ressuscitado entre nós.
São celebrações importantes e ricas em seu significado. A expectativa é de uma boa participação dos fiéis para mergulharem no mistério celebrado, acompanhando os últimos momentos da vida de Jesus culminando na ressurreição, que é o ápice da fé crista.
3 comentários em Padre Wellington Luiz explica que Semana Santa não é sinônimo de ‘feriadão’