Pastor é condenado por abusar de três irmãos em PE
Foto: Reprodução

Com informações do Diário de Pernambuco

A Justiça de Pernambuco condenou um pastor da Igreja Assembleia de Deus, de 69 anos, a 16 anos, sete meses e 28 dias de prisão por estupro de vulnerável. O homem foi considerado culpado por abusar sexualmente de três irmãos com deficiência intelectual, dentro de uma igreja localizada em Palmares, na Mata Sul do estado. A sentença foi proferida em 27 de outubro pela 1ª Vara Criminal da Comarca de Palmares, sob responsabilidade do juiz Flávio Krok Franco.

De acordo com a investigação, os crimes ocorreram em 2021, quando o pastor se aproveitou da confiança das vítimas, jovens em situação de vulnerabilidade mental, para praticar atos libidinosos. Em um dos casos, ele abusou de um rapaz de 19 anos em quatro ocasiões, tanto na igreja quanto em sua própria residência.

Continua depois da publicidade

Receba as manchetes do Farol primeiro no canal do WhatsApp (faça parte)

O magistrado destacou que, apesar da deficiência intelectual, uma das vítimas foi capaz de relatar os abusos em detalhes, descrevendo os locais onde ocorreram, entre eles, o banheiro, as escadas e o andar superior da igreja. No depoimento, o jovem afirmou ter se sentido “preso”, já que o agressor era seu pastor.

Outros dois irmãos também narraram situações semelhantes. Um deles contou que o acusado os atraía até a igreja, onde cometia os estupros, e que chegou a receber ameaças de morte do pastor e dos filhos dele. O terceiro jovem revelou que era levado para o andar superior do templo, onde o religioso o chamava de “menina do papai”. Foi esse irmão quem relatou os acontecimento à tia, responsável por denunciar o caso à Polícia Civil.

Em seu depoimento, a tia afirmou que o pastor chegou a confessar os crimes, pedindo perdão e prometendo não repetir as agressões. “Realmente eu errei. Me perdoe. Prometo a você não fazer mais”, teria dito ele.

Os fatos de Serra Talhada e região no Instagram do Farol de Notícias (siga-nos)

Pastor negou crime

Durante o processo, o réu negou as acusações, alegando que mantinha apenas “brincadeiras” com as vítimas, sem caráter sexual. Entretanto, para o juiz, o argumento é incompatível com o papel de líder religioso. “Ressalte-se ainda que as ‘brincadeiras’ admitidas pelo réu são absolutamente incompatíveis com sua condição de líder religioso, pastor de igreja evangélica, pessoa que deveria zelar pela moral, pelos bons costumes e, principalmente, pela integridade física e psicológica de seus fiéis, especialmente aqueles em condição de vulnerabilidade”, registrou o magistrado.

A defesa do pastor tentou sustentar que ele tinha boa reputação e histórico de trabalho na comunidade, mas, segundo a sentença, as testemunhas apresentadas não presenciaram nenhum dos fatos e apenas fizeram elogios à conduta do acusado.

O juiz também destacou que o homem se valeu da autoridade espiritual, de dinheiro e de ameaças para manipular as vítimas e garantir o silêncio sobre os crimes.

O pastor está preso preventivamente desde novembro de 2024, e continuará detido para cumprimento da pena.