PE recolhe 958 toneladas de óleo em 7 diasDa Folha de PE

Em sete dias, 958 toneladas de óleo foram recolhidas das praias do Litoral Sul de Pernambuco e do Grande Recife. As informações foram repassadas, por meio de nota, pelo governo do estado, na noite desta quarta-feira (23).

O estado está contabilizando o óleo removido das praias desde quinta-feira (17), quando as manchas atingiram São José da Coroa Grande. Ao longo desta quarta (23), houve registro de óleo em praias em Jaboatão dos Guararapes e Paulista, na região Metropolitana.

O governo informou, ainda, que “todo o óleo recolhido foi transportado ao Centro de Tratamento de Resíduos Pernambuco, localizado em Igarassu, no Grande Recife”. Lá, o material é transformado em combustível para ser usado em indústrias de cimento.

Ainda de acordo com a nota, o governo mobilizou 400 pessoas, de diversos órgãos estaduais, e mais 50 detentos para realizar os trabalhos de contenção, limpeza e prevenção das cidades litorâneas.

Esse efetivo, segundo o estado, realizou o monitoramento dos Rios Persinunga (São José da Coroa Grande); Una (Barreiros); Formoso (Tamandaré); Massangana (Cabo de Santo Agostinho); Maracaípe (Ipojuca); Sirinhaém (Sirinhaém); e Jaboatão (Jaboatão dos Guararapes).

Nesta quarta, o estado disse que implantou 2.145 metros de barreiras de contenção nos estuários, além dos 200 metros colocados pela Petrobras/Transpetro.

Material

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Até esta quarta, foram distribuídos pelo governo 3.032 pares de botas; 11.845 pares de luvas; 17.001 máscaras; 4.891 sacos plásticos resistentes; 6.043 sacos de Ráfia; 7.565 bags; mil rolos de mantas absorventes; 1.352 tambores e bambonas; 4 quilos de protetor solar; 5.944 unidades de água mineral em copo.

Também foram utilizados, segundo o estado, dois helicópteros (sendo um da Secretaria de Defesa Social e outro da Marinha); 51 viaturas do governo e das Forças Armadas, 10 embarcações e cinco barcos da Marinha.

A operação contou também com dez caminhões, 14 caixas estacionárias distribuídas nos municípios litorâneos para acondicionamento temporário do óleo; e cinco tratores de prefeituras.

Atendimento

Nesta quarta, a Secretaria Municipal de Saúde de São José da Coroa Grande informou que 17 voluntários que ajudaram a remover óleo foram atendidos no hospital com sintomas provocados por reação ao produto (veja vídeo acima).

Entre eles estavam: dor de cabeça, enjoo, vômitos, erupções e pontos vermelhos na pele. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, as notificações começaram a ser feitas na sexta-feira (18), um dia depois de as manchas chegarem ao município.

Cidades afetadas

São José da Coroa Grande foi o primeiro município de Pernambuco a registrar as manchas de óleo este mês. Nesta quarta (23), o governo federal reconheceu o decreto de situação de emergência na cidade. A portaria foi publicada no Diário oficial da União.

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Também foram contaminadas praias de Tamandaré, Sirinhaém, Rio Formoso, Barreiros, Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho.

Caminhos do óleo

As manchas de óleo começaram a ser registradas no final de agosto e no começo de setembro em Pernambuco e na Paraíba. As praias pernambucanas estavam limpas desde o dia 25 de setembro, quando voltaram a ser atingidas pela substância no dia 17 de outubro.

Na sexta-feira (18), o óleo chegou até praias de Tamandaré, como a paradisíaca Praia dos Carneiros, de Sirinhaém e Barreiros. No sábado (19), praias de Ipojuca, vizinhas a Porto de Galinhas, foram atingidas.

No domingo (20), o óleo chegou às praias de Suape, Calhetas, Itapuama, Xaréu e à Ilha de Tatuoca, no Cabo de Santo Agostinho. Voluntários e equipes se uniram para retirar o material da água, da areia e do mangue.

Outras praias do município foram atingidas na segunda (21), mesmo dia em que voluntários escreveram pedidos de socorro na areia e de luvas e trator.

Foi também na segunda que o vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), anunciou que o Exército ia passar a atuar na limpeza do litoral nordestino.

Ações no estado

O governo de Pernambuco anunciou, nesta quarta, o lançamento de um edital de R$ 2,5 milhões para 12 projetos de pesquisa sobre os atuais e futuros impactos desse desastre para o meio ambiente e a economia (veja vídeo acima) .

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O anúncio foi feito após uma reunião com pesquisadores e representantes de secretarias estaduais no Palácio do Campo das Princesas, no Centro do Recife.

À tarde, representantes do governo e de 15 prefeituras traçaram um plano para evitar a chegada de manchas e conter o óleo que já atingiu as praias.

Na terça (22), militares do Exército começaram a atuar na remoção do óleo, após determinação do vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB). O trabalho teve início na praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho.

Também na terça (22), o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, veio a Pernambuco para articular ações emergenciais em resposta aos danos causados pela substância.

Além de Canuto, também estiveram em Pernambuco os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva.

De acordo com especialistas, o impacto do óleo no meio ambiente vai durar décadas, com prejuízo para espécies marinhas, para toda a cadeia alimentar e para os seres humanos.

Além do recobrimento de praias, arrecifes, mangues e solos rochosos, que são difíceis de serem limpos, os fragmentos se decompõem e há moléculas nocivas ao ecossistema e à fauna.