Fotos: Farol de Noticias/Alejandro García
Este Domingo das Mães poderia ser muito diferente para a dona de casa Elizabete Maria da Silva, 55 anos, que mora no bairro da Borborema, na periferia de Serra Talhada. Dona Bete, como é mais conhecida, mora numa pequena residência com 14 pessoas, dos quais, 9 netos.
De forma milagrosa, ela sobrevive e sustenta a família com a ajuda dos proventos do Bolsa Família no valor de R$ 360. Casada há 21 anos, o Dia das Mães seria de alegria caso não tivesse perdido uma filha, Maria Elizelma da Silva, de apenas 18 anos, que foi assassinada de forma brutal por um indivíduo que a queria como mulher.
Mas, segundo dona Bete, o envolvimento no mundo das drogas também contribuiu para o triste fim da filha, morta em 29 de junho de 2008.
“A minha filha se envolveu nessa perdição de drogas e quando ela saiu das drogas tiraram a vida dela. Ele recebeu um convite para uma festinha e não voltou, foi assassinada. Hoje estou criando meu neto sem a mãe dele. Isso dói muito. Tenho muita pena de muitas mães que vivem sofrendo como eu vivo, porque essa dor ninguém esquece. A dor da perda de um filho é terrível e a gente carrega para sempre. Não foi tanto pela droga, o cara queria a minha filha e ela não queria ele. Matou e disse que nunca foi vetado por mulher nenhuma.”, recordou a dona de casa, sem esconder a emoção do relato.
Exemplo de guerreira pelos amigos, Elizabete Silva não sabe ainda se vai receber presentes neste dia das mães, mas quando questionada sobre o que gostaria de ganhar como presente, a resposta veio de pronto.
“Não sei dizer o que gostariade ganhar no dia das mães. O que eu receber pra mim é um presente. Mas, eu queria a minha filha comigo, meus filhos são os meus presentes, e queria ela comigo. Sou sofrida e até hoje eu sofro. Não desejo à nenhuma mãe passar pelo que passei e estou passando.”, declarou dona Bete, aproveitando para aconselhar todas as mães.
“Deixem seus filhos longe das drogas. Aconselhem seus filhos. Quando recebi a notícia, pensei que era mentira. Não desejo que mãe nenhuma passe o que eu passei. Esta é uma dor que não acaba. Na divisão de comida lembro da minha filha, na dormida lembro da minha filha. Em tudo lembro dela porque para mim ela ainda vai chegar. Não tenho ela morta porque dentro de mim continua viva”.
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