Pernambuco inclui vacina contra febre amarelaDa Folha de PE

Após a morte de 14 saguis em um condomínio de Aldeia, em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Pernambuco irá incluir a imunização contra febre amarela no calendário de rotina de vacinação. Até então apenas quem viaja para áreas de risco de contaminação da doença precisa ser imunizado. O material coletado dos macacos já está sendo processado por laboratórios de Pernambuco, Bahia e Pará, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), responsável pela investigação, que deverá apontar a causa da morte dos primatas.

As doses de rotina começarão a ser disponibilizadas ainda em janeiro para 43 municípios da região de Palmares e de Garanhuns, na Zona da Mata Sul e Agreste, respectivamente, e para todo o Estado a partir de março. A proteção será voltada para crianças de 9 meses até adultos de 59 anos. A população precisa ir aos postos de saúde para conferir se as doses chegaram na sua cidade.

A novidade, segundo a SES-PE, é que será introduzida uma dose de reforço de febre amarela para todas as crianças com até quatro anos de idade. Inicialmente, haverá meta vacinal de 95% apenas para crianças menores de um ano de idade. Quem já recebeu uma dose da vacina acima de 5 anos de idade pode ser considerado vacinado.

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A vacinação será antecipada para moradores do condomínio onde os saguis foram encontrados mortos já a partir do próximo sábado (11). Já a partir da próxima segunda (13) a imunização será direcionada aos demais moradores de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. “Todos vão precisar se vacinar, crianças e adultos. Como houve esse evento [as mortes dos saguis] as Secretarias de Saúde municipal e estadual resolveram antecipar agora para janeiro”, disse a coordenadora de imunização de Camaragibe, Maria José Neves.

Pernambuco não registra casos da doença desde 1938. A pasta reforça que a ação já estava programada pelo Ministério da Saúde para municípios da região Nordeste. Atualmente, o imunizante já é ofertado rotineiramente em 19 estados do País. Segundo a SES-PE, as cidades da Mata Sul e Agreste foram selecionadas para antecipar a vacinação por se encontrarem nos denominados corredores ecológicos, áreas de transição entre remanescentes florestais e caatinga.

Gestantes que nunca foram vacinadas ou não possuem comprovante de vacinação, assim como mulheres que estejam amamentando crianças com até 6 meses de vida também pode ser vacinadas. Já homens em mulheres com 60 anos ou mais que nunca foram vacinadas ou não possuem comprovante precisam passar por avaliação de pertinência da imunização no serviço de saúde. Viajantes internacionais devem seguir o Regulamento Sanitário Internacional (RSI) que recomenda uma única dose na vida. A vacina precisa ser tomada pelo menos 10 dias antes da viagem.

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O que é a febre amarela?

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus, que pode levar o indivíduo infectado à morte em cerca de uma semana se não for tratada rapidamente. De acordo com Ministério da Saúde, a doença é transmitida por mosquitos e comum em macacos, que são os principais hospedeiros do vírus.

Sintomas

A febre amarela é uma doença viral que causa dores no corpo, mal-estar, náuseas, vômitos e, principalmente, febre. Os sintomas duram em média três dias. Em alguns pacientes, o vírus da febre amarela ataca o fígado. São as complicações hepáticas que levam as pessoas infectadas a ficar com uma cor amarelada, daí o nome febre amarela.

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Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que em torno de 30% das pessoas que contraem a doença podem morrer, se não forem diagnosticadas precocemente. Por isso, a recomendação é a de que o paciente deve buscar imediatamente atendimento adequado nas unidades de saúde.

Transmissão

A febre amarela não é transmitida de pessoa para pessoa, nem de macaco para seres humanos. Os macacos são os principais hospedeiros do vírus, mas os únicos vetores de transmissão da doença são os mosquitos silvestres Haemagogus e o Sabethes. No meio silvestre, os mosquitos picam o macaco, que depois de infectado pelo vírus pode ser picado por outro vetor e este, por sua vez, transmite para o homem.

No caso da área urbana, a transmissão ocorre pela picada do mosquito Aedes aegypti. O Ministério da Saúde ressalta, no entanto, que a possibilidade de contágio no meio urbano é remota e informa que não há registro de infecção da doença pelo ciclo urbano desde 1942. Com a construção de conjuntos residenciais e condomínios em áreas ecológicas, ambiente onde vivem os mosquitos que transmitem a doença, o risco de transmissão aumenta.