
Mulher é vítima de injúria racial em comentários de matéria de jornal de Serra Talhada e procura o Farol de Notícias para denunciar o crime. A vítima é a serra-talhadense Talita Pereira, de 32 anos, mora em João Pessoa, é casada, mãe de dois filhos, pós-graduada em Letras e Literatura, e atualmente estudante de enfermagem.
De acordo com Talita, estava comentando na publicação de uma matéria polêmica relacionada a educação da cidade, a qual o Farol não publicou por ausência de detalhes de órgãos oficiais. A princípio os envolvidos estariam em um debate natural com opiniões divergentes. No entanto, o tom da conversa mudou e ela começou a receber insultos relacionados ao seu cabelo.
Na manhã desta quinta-feira (11), Talita procurou a Delegacia Especializada de João Pessoa-PB para prestar uma queixa contra o caso. Ao Farol de Notícias ela detalhou como ocorreu o debate, os insultos recebidos.
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“Tudo começou quando fui comentar uma matéria publicada por uma página de notícias local, na qual a denúncia apresentada não correspondia à verdade. Até então, os comentários seguiam o fluxo normal de um debate, com opiniões divergentes, mas dentro da civilidade. No entanto, em determinado momento, surgiram as ofensas. De imediato, me silenciei. Ver tantos adjetivos depreciativos sendo direcionados a mim doeu profundamente. Mas o que mais me feriu foi descobrir que tais ataques vinham de alguém da minha própria família”, afirmou a denunciante, continuando:
“Não foi a primeira vez e, infelizmente, não será a última que vemos situações como essa. Contudo, ao contrário de outras ocasiões em que me silenciei, desta vez não irei me calar. Já procurei orientação jurídica e estou sendo acompanhada por um advogado. Registrei o boletim de ocorrência na delegacia especializada, e agora esse debate não seguirá mais nos comentários das redes sociais, mas sim no âmbito criminal, onde deve ser tratado”.
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A profissional da educação ainda enfatizou sua indignação em relação aos crimes de racismo e injúria racial, previstos na Lei nº 14.532/2023 que é imprescritível e inafiançável, com pena de 2 a 5 anos e multa.
“Deixo aqui a minha indignação diante de tamanha violência moral e emocional. Não podemos normalizar ou tratar como algo natural situações como essa. Elas não são e nunca serão aceitáveis. A luta contra o racismo é longa, exige coragem e persistência. E ainda temos muito a enfrentar para deixar claro a pessoas racistas e preconceituosas o quão asquerosas e desumanas essas atitudes são.
Denunciar é necessário. Enfrentar é urgente. Silenciar, nunca mais”, finalizou.