Postura da Secretaria de Educação provoca revolta na zona rural de ST
Foto: Reprodução / enviada por leitores

Após matéria do Farol de Notícias com uma denúncia de falta de transporte escolar para a Escola Municipal Santa Ana, localizada no distrito de Caiçarinha da Penha, zona rural de Serra Talhada, um grupo de mães entraram em contato com a redação para ratificar a informação. Segundo as mães, cerca de 65 crianças estudam na instituição e muitas famílias têm que cruzar de 5 a 7 km a pé por falta de ônibus.

Na oportunidade, a prefeitura informou que as denúncias não procediam e a quantidade de alunos informada também não é atendida pela instituição. Ao Farol, a comunidade detalhou que um funcionário do município procurou o grupo escolar, fez fotos e vídeos do local, mas não se identificou para os moradores.

Em seguida, pelo menos quatro moradoras da comunidade buscaram a nossa reportagem para contar como é a rotina delas para levar e buscar crianças na escola. Leia os depoimentos:

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Lucineide, 51 anos, avó de duas crianças do grupo escolar

“As crianças não têm transporte na escola, estão indo a pé e eu posso provar. Tem uma neta de 4 anos de estuda de manhã, sai de 11 horas no sol quente, tem que vir a pé. Tem a outra de 9 anos, que estuda na parte da tarde. Sai de meio dia, na hora mais quente que tem. Vai de manhã levar a mais pequena, quando chega em casa só dar o tempo de pegar a outra e levar na escola. Quando chega em casa com pouco tempo tem que voltar para ir buscar a mais velha que sai de 16h, 16h30. Não tem tempo de fazer nada em casa, sem contar com a distância, o sol quente. Na época que está chovendo, a chuva e lama. É muito ruim para essas crianças”, detalhou a avó.

Maria Lucineide Ferraz, agricultora

“Aqui é uma comunidade que todos se conhecem. Aqui todos sabem como é, se alguém quiser vir no horário de aula, que os alunos estão indo. De manhã são 41 alunos e à tarde são 24, no total são 65 alunos que vão todos a pé. É um sofrimento muito grande, têm que enfrentar sol e chuva se quiserem estudar e ter um futuro. Eles precisam sim, de um transporte e que seja providenciado imediatamente”, comentou.

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Maria Vaneci, 36 anois, agricultora mãe de duas alunas do grupo escolar

“Eu sou mãe de duas crianças, uma de 4 e outra de 9. Eu levo uma de manhã que entra de 7h e sai 10 para 11. Quando chego, não dá tempo nem de almoçar, já tenho que voltar com a outra que entra de 12h30 e sai de 16h30. É muito corrido para mim, não tenho tempo de fazer nada em casa. Se tivesse um transporte ajudava bastante para nós. Porque as mães estão sofrendo, é debaixo de sol, debaixo de chuva, e é muita criança. São 65 crianças ao todo, muita criança, não é mentira. Quem quiser pode vir, que todo dia eu saio com as minhas. Saio daqui 6h30 e vou a pé, porque a gente não tem transporte para ir”, desabafou Vaneci.

Maria Leidiane de Moura, 25 anos, agricultora, mãe de um aluno de 4 anos

“Eu levo minha criança todos os dias a pé e vou buscar a pé também. Não tenho transporte e nem tem para a escolar”.