Prefeita contrata médicos sem seleçãoDo NE10

Após representação do Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ajuizou ação por ato de improbidade administrativa contra a atual prefeita de Arcoverde, Madalena Britto (PSB), por ter realizado contratação temporária de médicos, no ano de 2016, sem efetuar seleção pública.

No entendimento do MPPE, a gestora afrontou diversos princípios da administração pública, como a legalidade, moralidade, impessoalidade e isonomia. Por esse motivo, o Ministério Público requereu à Justiça a condenação dela às sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa (Lei Federal 8.429/92), que incluem ressarcimento integral do dano aos cofres públicos, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos por três a cinco anos, pagamento de multa e proibição de contratar com o poder público por três anos.

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De acordo com o MPPE, as irregularidades foram identificadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), em auditoria realizada no ano de 2017.

Os conselheiros do TCE analisaram as contratações temporárias efetuadas pelo município de Arcoverde e julgaram ilegais os atos de admissão dos profissionais de saúde, tendo em vista que foram contratados sem a realização de seleção pública. Em seguida, o MPCO representou ao Promotor de Arcoverde, para que tomasse as medidas judiciais contra a ilegalidade.

“Faz-se necessário ressaltar que as contratações foram realizadas ao arrepio do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado pela prefeita perante o MPPE em 23 de novembro de 2015. Na cláusula primeira do TAC, a gestora se comprometera a abster-se de contratar temporariamente sem base nas hipóteses previstas em lei e a não celebrar novos contratos temporários sem processo seletivo com provas escritas, ampla divulgação e adoção de critérios objetivos de escolha”, narrou o promotor, no texto da ação de improbidade.

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Outro ponto lembrado pelo promotor de Justiça diz respeito ao concurso público homologado pela Prefeitura de Arcoverde em dezembro de 2014, com prazo de validade de dois anos. O certame encontrava-se vigente e com candidatos classificados não nomeados para o cargo de médico ultrassonografista quando foram efetuadas as contratações.

“Esse fato indica claramente o dolo genérico por parte da demandada no que tange à vontade livre e consciente de realizar contratação ilegal, em preterição aos concursados. Além de configurar a ilicitude do ato administrativo, faz nascer para os habilitados no certame o direito à nomeação”, complementou o promotor.

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Madalena Brito foi eleita em 2012 pelo PTB, como aliada de Armando Monteiro e Zeca Cavalcanti, de quem foi secretária de Educação. Em 2014, abandonou os aliados e se filiou ao PSB, para apoiar o governador Paulo Câmara. A prefeita foi reeleita em 2016, já pelo PSB.

O promotor de Arcoverde protocolou a ação na última quinta-feira (3).