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O Globo – Cleide Carvalho e Renato Onofre

Preso em São Paulo desde o dia 24 de junho alvo da “Operação Custo Brasil”, o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira não teria pego propina da Petrobras apenas para abastecer o caixa do partido, segundo os investigadores da força-tarefa que detalharam o esquema de corrupção foco da 31ª fase da Lava-Jato. O petista financiou escolas de samba de Porto Alegre e blogs. Em troca, matérias elogiosas a sua atuação no universo do carnaval e homenagens. “O Rei do carnaval”, conforme ficou conhecido o ex-deputado, foi até enredo de escola de samba na capital gaúcha. Na Operação Abismo, realizada nesta segunda-feira pela Polícia Federal , ele teve prisão preventiva decretada pela segunda vez.

O petista já havia sido homenageado por duas escolas de samba gaúchas entre 2009 e 2016, período em que foi acusado de receber propina da Petrobras e da Consist. No carnaval deste ano, a Academia de Samba Praiana, de Porto Alegre, levou à avenida o enredo “Uma declaração de amor em Verde e Rosa: Paulo Ferreira, um homem do Carnaval”.

O enredo fala do “homem que tratou o carnaval como cultura e com seriedade”. No lançamento do enredo, ano passado, cartazes diziam: “cara que falou e fez” pela cultura popular do Rio Grande do Sul. Em 2009, a Império da Zona Norte, também da capital gaúcha, bordou uma bandeira oficial com o nome de Ferreira, durante inauguração da quadra, encabeçada pelo ex-deputado petista.