Claudia Sheinbaum é a primeira mulher presidente no México - Hector Vivas/Getty Images
Claudia Sheinbaum é a primeira mulher presidente no México – Hector Vivas/Getty Images

Do G1

Claudia Sheinbaum Pardo, de 61 anos, será a nova presidente do México a partir de 1º de outubro, quando sucederá a seu aliado, Andrés Manuel López Obrador.

A futura mandatária nasceu na Cidade do México em 24 de junho de 1962, em uma família judia. Ela tem dois filhos do primeiro casamento, com Carlos Ímaz, que conheceu durante um protesto na faculdade, em 1986, e com o qual se casou no ano seguinte.

Mariana, a mais nova, é sua filha biológica. O mais velho, Rodrigo Ímaz, é fruto do primeiro casamento de Carlos, mas foi criado por Claudia desde a união do casal. Ele é pai de Pablo, único neto da presidente eleita.

Antes de entrar na política, a candidata construiu uma carreira acadêmica: formou-se em física pela Unam (uma das universidades mais prestigiadas do México), e fez pós-graduação em engenharia ambiental. Ela também fez pós-doutorado na Universidade da Califórnia em Berkley, nos Estados Unidos e participou do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC) que ganhou um Prêmio Nobel da Paz em 2007.

Em novembro de 2023, ela anunciou seu novo casamento com Jesús Tarriba, seu namorado de faculdade, com quem se reencontrou pelo Facebook, em 2016.

Durante seus anos como estudante, Sheinbaum foi politicamente ativa e até organizou uma greve contra o aumento de mensalidades, em 1987. Para ela, essa é uma tradição familiar: os pais eram esquerdistas e estiveram envolvidos nas manifestações de 1968 no México (os protestos estudantis na Cidade do México naquele ano tomaram uma grande proporção, até que policiais mataram cerca de 300 pessoas em uma praça, poucas semanas antes de começarem os Jogos Olímpicos que aconteceram lá).

Vida política

Na política, Sheinbaum começou como secretária de Meio-Ambiente da Cidade do México. Na época, o prefeito era Andrés Manuel López Obrador, que viria a se tornar presidente com o partido que ele mesmo fundou, o Morena.

Sheinbaum acompanhou López Obrador no Morena e, depois de comandar um distrito da Cidade do México, se tornou prefeita.

Quando ainda estava no comando do distrito, em 2017, teve que gerenciar as consequências de um desmoronamento de um colégio durante o terremoto que matou 26 pessoas, incluindo 19 crianças.

Ela disse na ocasião que as irregularidades encontradas na construção não eram culpa da prefeitura.

Durante sua gestão como prefeita da capital, entre 2018 e 2023, aconteceram a pandemia de Covid-19 e a queda de uma linha do metrô. Ao lidar com o acidente, ela fez um acordo com a empresa construtora, que pertence ao magnata Carlos Slim: as vítimas receberam indenização e o caso não foi levado à Justiça.

Apoio de López Obrador

Um dos projetos defendidos por ela é uma mudança de todo o sistema judiciário: o partido Morena quer que ministros da Suprema Corte, juízes, desembargadores e os ministros da Justiça Eleitoral sejam escolhidos por voto direto.

Por esse projeto, todas as pessoas que estão atualmente no cargo serão obrigadas a renunciar.

Para que essa proposta seja aprovada, o Morena e os partidos aliados precisarão ter dois terços da Câmara dos Deputados e dois terços do Senado.

‘Dama de gelo’

Quando a disputa ficou entre Sheinbaum e Xóchitl Gálvez, a líder das pesquisas nunca olhou ou chamou sua principal oponente pelo nome durante três debates que tiveram.

“Você ainda é fria, sem coração, eu a chamaria de dama de gelo”, disse Gálvez a ela durante o primeiro confronto, acusando-a de não ter o “carisma” de López Obrador.