De 15 a 29 de março acontece a exposição Moradas e Ruínas do Sertão, idealizada por Rômulo Sátiro. O evento de lançamento acontece no próximo sábado (15), às 19h, no espaço Lany’s Art Gallery, localizada na rua Agostinho Nunes de Magalhães, no centro de Serra Talhada, onde também servirá de palco para a realização da exposição durante este período.
A exposição reúne mais de 200 fotografias feitas por Rômulo durante sua passagem por cinco estados do nordeste brasileiro e teve como inspiração especial as casas de taipa, por já ter morado em uma delas durante sua infância.
Para ele, fotografar as moradas e ruínas do sertão, despertam uma série de reflexões sobre possíveis dualidades que ali foram vivenciadas naqueles espaços.
SOBRE O ARTISTA
Rômulo Sátiro de Medeiros é natural de Carnaúba dos Dantas, Seridó do Rio Grande do Norte. É engenheiro agrônomo com doutorado em Entomologia (estudo dos insetos).
Desde 2004 reside e trabalha no Sertão Pernambucano, inicialmente como Perito Federal Agrário do INCRA e, a partir de 2009, como docente no IFSertãoPE.
Atualmente é professor titular do Campus Salgueiro. Desde 2014 reside em Serra Talhada e tem a impressão de que Seu Chagas (in memorian), em 1971, saiu do RN e veio enterrar o umbigo do filho Rômulo no “Pé da Serra Talhada”.
SOBRE A EXPOSIÇÃO
“Não sei exatamente quando ocorreu-me o “lampejo” para fotografar as “Moradas e Ruinas do Sertão”. Suspeito que o “estalo” se deu em 20/12/2014, quando fotografei a lendária casa de taipa da AABB, atualmente “desaparecida”.
“Lembro que na ocasião conversei com o construtor da relíquia, o Sr. José Celestino, que relatou tê-la construído em 1971, coincidentemente, ano do meu nascimento. De lá para cá já foram registradas mais de 200 “Moradas e Ruinas do Sertão” em Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí e Alagoas.
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“Dentre as “Moradas e Ruinas do Sertão” que fotografei, às de “taipa” são, particularmente, especiais; talvez porque durante minha infância tenha morado em uma delas. Ainda está viva, em minha memória olfativa, a cena em que minha Mãe aguava, com uma cuia, o piso de chão batido para não levantar poeira enquanto varria.
Para além dessa doce memória, sempre que fotografo uma “Morada e Ruína do Sertão” fico a refletir sobre os amores / desamores, alegrias / tristezas, nascimentos / mortes que aquelas paredes/telhados testemunharam.”