Rover da Nasa encontra indícios de possível vida microscópica em Marte - Foto: NASA/JPL-Caltech
Foto: NASA/JPL-Caltech

Com informações do g1

Uma descoberta feita pelo robô Perseverance da NASA em Marte está gerando grande expectativa na comunidade científica. A rocha batizada de “Sapphire Canyon”, coletada na superfície do planeta vermelho, contém minerais que, em nosso planeta, são frequentemente formados por meio da atividade de microrganismos.

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A confirmação, divulgada nesta quarta-feira (10) em um artigo na revista “Nature”, foi detalhada pela agência espacial norte-americana em uma coletiva de imprensa. Os cientistas identificaram na amostra a presença de vivianita (um fosfato de ferro) e greigita (um sulfeto de ferro). Na Terra, esses minerais são comuns em ambientes como deltas de rios, lagoas e áreas úmidas, onde geralmente se formam como subproduto da decomposição de matéria orgânica por micróbios.

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Para muitos especialistas, o achado representa um dos indícios mais fortes já encontrados de que Marte pode ter abrigado vida microscópica em um passado distante.

A amostra foi extraída em julho de 2024 em Neretva Vallis, um antigo vale que outrora foi esculpido pela passagem de água e desaguava na cratera Jezero. Com aproximadamente 45 km de diâmetro, essa cratera abrigou um lago há bilhões de anos e é hoje considerada uma das áreas mais promissoras para investigar o passado marciano.

O cientista planetário Joel Hurowitz, da Universidade Stony Brook e autor principal do estudo, explicou a importância da descoberta à agência Reuters: “Essas reações parecem ter ocorrido logo após a lama ter sido depositada no fundo do lago. Na Terra, reações como essas, que combinam matéria orgânica e compostos químicos na lama para formar novos minerais como vivianita e greigita, são frequentemente impulsionadas pela atividade de micróbios”. E acrescentou: “Os micróbios estão consumindo a matéria orgânica nesses ambientes e produzindo esses novos minerais como um subproduto de seu metabolismo”.

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Desde seu pouso em Marte, em fevereiro de 2021, o Perseverance já coletou 30 amostras em tubos selados e ainda possui capacidade para armazenar mais seis fragmentos. Parte desse material precioso está destinada a ser trazida para a Terra na ambiciosa missão Mars Sample Return, uma parceria entre a NASA e a ESA (Agência Espacial Europeia). Considerada uma prioridade para a ciência planetária, a missão permitirá análises laboratoriais muito mais detalhadas do que as que podem ser realizadas atualmente em Marte.