Do Metrópoles
Você anda mais esquecido nos últimos tempos? Tem dificuldades para armazenar informações simples ou, até mesmo, as mais importantes? Viver durante uma pandemia, além dos possíveis perigos relacionados à infecção pela Covid-19, gerou condições que atrapalham o cérebro a criar e a guardar memórias. Alguns profissionais da área de saúde têm usado a expressão “esquecimento pandêmico” para se referir ao tema.
O neurocirurgião Fábio Pontes, que trabalha no Hospital Santa Marta, em Brasília, confirma um aumento de queixas de pacientes sobre as dificuldade enfrentadas para o armazenamento de informações cotidianas ou de memórias. “A vida pandêmica torna muito mais difícil formar memórias”, afirma.
O médico explica que, em muitos casos, isso tem relação com problemas psicológicos, pois distúrbios como depressão e ansiedade se tornaram mais comuns depois que o coronavírus passou a nos ameaçar. “Quando a pessoa está mais ansiosa, o cérebro libera um hormônio chamado cortisol, que dificulta o armazenamento de informações”, explica Pontes.
Além disso, os distúrbios do sono impactam a memória. “Com a pandemia, os hábitos mudaram e isso também atrapalhou as noites de sono. O descanso de qualidade é indispensável para se ter uma memória boa”, aponta. Veja algumas dicas sobre o que fazer para garantir um melhor funcionamento do cérebro:
Praticar atividades físicas
Uma das recomendações para lidar com o “esquecimento pandêmico” é praticar atividades físicas de forma constante, usando principalmente ambientes ao ar livre e sempre seguindo as instruções para evitar o vírus.
O neurocirurgião explica que os exercícios são indispensáveis para o bom funcionamento do cérebro porque, durante a prática, são liberados hormônios de bem-estar, como a endorfina. De acordo com Pontes, eles ajudam a melhorar o desempenho do hipocampo, região cerebral responsável pela criação de novas memórias, que também está vinculada ao aprendizado e às emoções.