Publicado às 06h deste domingo (3)
Por Paulo César Gomes, Professor, escritor e colunista do Farol
Após as movimentações e os posicionamentos adotados pelos ex-prefeitos Luciano Duque e Carlos Evandro, e do deputado federal Sebastião Oliveira e da prefeita Márcia Conrado em relação aos apoios a Marília Arraes e a Danilo Cabral, tem uma grande quantidade de pessoas na cidade que não conseguem dormir e os grupos de ‘zap’ não param. Todos querendo prevê o desfecho das eleições de 2024, tendo como parâmetro os resultados das urnas em outubro deste ano.
O conselho que dou a todos é que relaxem e tomem bastante maracujina para acalmar os nervos. Digo isso porque historicamente nenhuma eleição para prefeito em Serra Talhada foi diretamente influenciada por resultados de pleitos de governadores ou de presidentes da República. Claro que sempre existe a possibilidade de ocorrer uma exceção, e que poderá ser eventualmente, em 2024, ou não.
Algo similar ao que estamos presenciando no município aconteceu em 2006. Naquela eleição, o então prefeito e o vice-prefeito, Carlos Evandro e Luciano Duque, apoiaram a reeleição de Mendonça Filho, que havia assumido o governo após Jarbas Vasconcelos renunciar ao cargo para se candidatar ao Senado. Jarbas venceu, mas Mendonça sofreu uma derrota vergonhosa para Eduardo Campos no segundo turno.
Aquela eleição foi marcada por um racha entre Carlos Evandro e os deputados Inocêncio Oliveira e Sebastião Oliveira, a troca de farpas entre os três ganhou as páginas dos jornais da capital. Inocêncio Oliveira e Sebastião Oliveira romperam com a União Por Pernambuco e resolveram apoiar Eduardo Campos, que partiu nas pesquisas com apenas 4%. Já o então deputado Augusto César esteve bem próximo de chegar ao Palácio do Campo das Princesas, ainda que sendo apenas como o vice na chapa de Humberto Costa. Humberto passou boa parte da campanha embolado numericamente nas pesquisas com Mendonça, porém, logo após o início da “operação vampiro”, o petista acabou perdendo forças e foi superado por Eduardo Campos.
Augusto César não foi eleito, mas elegeu o filho, o empresário Guga, como deputado estadual. Inocêncio e Sebastião foram reeleitos para os mandatos na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa. Sebastião se licenciou do mandato e a pedido de Eduardo Campos ocupou a Secretaria Estadual de Transportes pela primeira vez.
Carlos Evandro, que aparentemente teria sido o mais prejudicado com os resultados daquela eleição acabou sendo reeleito com muita folga dois anos depois, em uma eleição onde o candidato que tinha o apoio do governador Eduardo Campos e do então presidente Lula, ficou em último colocado, sendo superado pelo 2º colocado, Geni Pereira, e pelo 3º colocado, Marquinhos Dantas.
Então fica claro que existem três fatores que são primordiais para a definição de uma eleição para prefeito em Serra Talhada: o primeiro, uma gestão bem avaliada e o apoio de um grupo forte junto com uma aliança coesa; o segundo, uma aliança forte formado pela oposição e por pessoas que romperam com o grupo que está no poder; o terceiro, a vontade do povo, seja manter um grupo no poder ou para colocar um novo grupo na prefeitura
E o resto das ‘picuinhas’ é conversa para boi dormir!
7 comentários em ST já se movimenta com picuinhas para 2024, mas não adianta