
Nesta quarta-feira (14), uma leitora residente no bairro Tâncredo Neves, em Serra Talhada, procurou a reportagem do Farol de Notícias, para fazer uma denúncia por negligência e falta de estrutura no atendimento obstétrico, na cidade.
De acordo com informações da denunciante, o caso aconteceu na última segunda-feira (12), quando sua irmã, que estava gestante, foi levada ao Hospital Regional Agamenon Magalhães (Hospam) apresentando sangramento.
Ao chegar no hospital, foi constatado que a paciente já estava com 4 cm de dilatação e devido a falta de médico obstetra, ela precisou ser encaminhada inicialmente para Recife e depois o destino foi alterado para Vitória do Santo Antão, mesmo em meio a possibilidade da criança nascer durante o deslocamento.
Após mais de duas horas de espera pela transferência, por volta de 21h, a mãe foi conduzida em uma ambulância, com uma enfermeira e uma acompanhante. Aproximadamente às 23h40, ainda à caminho, a criança nasceu, com a ajuda de ambas.
CONFIRA O RELATO NA ÍNTEGRA
“Gostaria de tornar público um grave caso de negligência e falta de estrutura no atendimento à saúde pública ocorrido em Serra Talhada, Pernambuco.
No dia do ocorrido, por volta das 19h, uma gestante chegou ao hospital local com sangramento e foi constatado que ela já estava com 4 cm de dilatação. Infelizmente, fomos informados de que não havia médico obstetra disponível para realizar o parto.
A solução apresentada foi a transferência da paciente inicialmente para Recife e, posteriormente, mudaram o destino para Vitória.
Durante a longa espera pela ambulância, a única enfermeira presente alertou que havia um risco real da gestante dar à luz no meio do caminho — o que de fato aconteceu. Saímos de Serra às 21h e chegamos a Arcoverde por volta das 23h. Às 23h40, a mulher teve o bebê no meio da estrada, com a ajuda apenas da enfermeira e de um acompanhante que precisou auxiliar no parto, pois não havia mais ninguém capacitado na ambulância. Não havia sequer um técnico de enfermagem para dar apoio.
Receba as manchetes do Farol de Notícias em primeira mão pelo WhatsApp (clique aqui)
Apesar da gravidade da situação, graças à experiência da enfermeira, o parto foi realizado com sucesso. No entanto, foi por pouco que uma tragédia não aconteceu. Durante o trajeto, a ambulância ainda encontrou outra unidade móvel, esta sim equipada com pediatra, mais enfermeiros e estrutura adequada — o que deveria ter sido garantido desde o início.
A parte mais revoltante é que todos sabiam da possibilidade real da criança nascer durante o trajeto, e ainda assim mandaram apenas uma enfermeira, sem o mínimo de suporte técnico necessário.
É inaceitável que, em pleno século XXI, mães e bebês sejam submetidos a esse tipo de risco por falhas estruturais e negligência do sistema de saúde. Se não fosse pela competência e experiência da enfermeira, esse caso poderia ter terminado de forma trágica”
12 comentários em Serra-talhadense relata drama vivido por irmã que deu à luz na BR-232