Serra-talhadenses defendem cubanosPublicado às 13h44 deste sábado (17)

Após a revelação do prefeito Luciano Duque [veja], de que o fim do Programa Mais Médicos no Brasil – ocasionado após declarações polêmicas do presidente eleito Jair Bolsonaro -, pode acarretar no fechamento de, pelo menos, cinco unidades básicas de saúde em Serra Talhada, moradores do Mutirão abriram o verbo durante o Programa Farol de Notícias, neste sábado (17).

O Mutirão é um dos bairros mais carentes da cidade. Na opinião da líder comunitária Regina Gualberto, o fim dos ‘Mais Médicos’ trará um prejuízo incalculável à população do local. Ela lamentou que, já antes mesmo de assumir, Jair Bolsonaro esteja provocando tanto prejuízo aos mais pobres.

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“Desde já agradeço por este espaço para demonstrar a insatisfação da comunidade em relação a este assunto. Eu só tenho a lamentar a perca não só com relação a médica aqui do bairro Mutirão, mas sobre todos os médicos cubanos que estavam fazendo um excelente trabalho em Serra Talhada. A população aqui já tinha uma relação de carinho muito forte com ela, fazia visitas nas casas das pessoas e fazia atendimento nos PSFs, de manhã e tarde ela estava na comunidade”, disse Regina, lamentando:

“Aí você veja, e as comunidades carentes? Como irão ficar agora? Porque para quem tem dinheiro é fácil, pega o dinheiro, paga consulta. E para a maioria que não tem? A comunidade como um todo está num misto de tristeza e revolta, porque o presidente nem assumiu ainda e já estamos sentido na pele a força de tudo o que vem por aí, para todos nós, os que mais precisam”.

ENQUETE

Nas contas do prefeito Luciano Duque, cerca de 20 mil pessoas em Serra Talhada serão prejudicadas com o fim dos Mais Médicos. O Farol abriu enquete no rádio e perguntou: Você acredita que com o fim dos Mais Médicos, a saúde em Serra Talhada vai melhorar ou piorar?

A consulta reuniu 66 ligações. Deste total, apenas 5 pessoas disseram que irá melhorar e 61 ouvintes telefonaram para lamentar o fim do programa, acreditando que o futuro dos brasileiros daqui para a frente só irá piorar.

DECLARAÇÕES DE BOLSONARO

O governo cubano informou na última quarta-feira, 14, que está se retirando do programa social Mais Médicos após declarações “ameaçadores e depreciativas” do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que anunciou mudanças “inaceitáveis” no projeto.

Cuba tomou a decisão de solicitar o retorno dos mais de 8 mil médicos cubanos que trabalham hoje no Brasil depois que Bolsonaro questionou a preparação dos especialistas e condicionou a permanência no programa “à revalidação do diploma” além de ter imposto “como via única a contratação individual”.