Estudo do Conselho Nacional do Ministério Público, divulgado nessa segunda-feira (18), revela a situação precária das delegacias em Pernambuco. E pode servir de exemplo para traduzir a falta de segurança e os elevados índices de violência. Somente 37% das unidades policiais funcionam 24 horas por dia.
No total, 275 delegacias foram visitadas. Destas, apenas 102 não fecham à noite. A pesquisa presencial foi realizada em 2016 em mais de 6 mil delegacias de todo o País.
Exemplos de delegacias fechadas no período da noite e nos fins de semana não faltam aqui no Grande Recife. As delegacias especializadas da Mulher e as gerências de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), localizadas em Jaboatão dos Guararapes e em Paulista, são algumas delas.
Só funcionam das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira. Quem precisa registrar queixas, deve procurar as unidades especializadas que ficam no Centro do Recife.
Delegacias de bairro, como a do Ipsep e a da Joana Bezerra, também estão fechadas no horário noturno e nos fins de semana – prejudicando quem precisa de atendimento.
O principal motivo das unidades fechadas, segundo a própria Polícia Civil, é a falta de efetivo policial. A esperança é que com a chegada dos novos agentes e delegados, no início de 2018, esse quadro mude.
Se comparado com a situação dos outros estados do Nordeste, Pernambuco está entre os piores resultados. A melhor situação é em Alagoas. Das 120 unidades, 98 funcionam ininterruptamente.
No Piauí, 69% também estão abertas 24 horas. O Rio Grande do Norte só conta com 20% das unidades policiais abertas em todos os horários.
FALTA DE CELAS
A pesquisa do Conselho Nacional do Ministério Público também revelou que apenas 53% das delegacias de Pernambuco possuem celas de custódia ou carceragens para presos do sexo masculino. Das 275 unidades visitadas, 146 contavam com o espaço reservado aos detidos.
A situação pior é para as prisões de mulheres. Em todo o Estado não há nenhuma cela de custódia para das presas. Somente Pernambuco e o Rio Grande do Norte não possuem celas para mulheres detidas.
Alagoas, apesar de ser o estado do Nordeste com o maior número de celas femininas, ainda tem um resultado muito aquém do esperado: só 13% das unidades visitadas contam carceragem para as presas.