Sobe para 24 o número de municípios em estado de emergência em PESubiu para 24 o número de municípios do Agreste e da Zona da Mata Sul do Estado que decretaram estado de emergência por conta das chuvas. Cerca de 2.656 pessoas estão desabrigadas e 42.145 estão desalojadas. Entidades públicas, ONGs e outros órgãos realizam coleta de donativos para as famílias.

Os municípios classificados inicialmente em estado de calamidade e que agora estão em situação de emergência são: Água Preta, Amaraji, Barra de Guabiraba, Barreiros, Belém de Maria, Catende, Cortês, Gameleira, Jaqueira, Maraial, Palmares, Ribeirão, Rio Formoso e São Benedito do Sul.

O Instituto de Medicina Legal (IML) de Caruaru, no Agreste, informou que os corpos de uma mulher, levado por uma enxurrada, e de um homem, que caiu em um córrego, ainda não foram localizados. Até o momento, duas mortes foram contabilizadas.

Entre as cidades mais afetadas está Ribeirão. O Rio Amaraji subiu 2 metros além do seu limite máximo, o que fez transbordar o afluente de mesmo nome da cidade, Ribeirão, que invadiu as ruas.

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De acordo com o secretário de Infraestrutura municipal, Flávio Henrique Lima, das 30 escolas existentes, 22 foram danificadas. As restantes estão sendo utilizadas para abrigar cerca de 4 mil pessoas que precisaram sair de suas casas. Além disso, sete postos de saúde estão prejudicados e 28 acessos à zona rural estão obstruídos, com comunidades parcial ou totalmente isoladas. Um deles é o distrito Vila Aripibu, cuja ponte de acesso foi danificada e só restou uma passagem para pedestres, que ainda assim está insegura. Em áreas de encostas houve deslizamentos de barreiras.
Palmares e Rio Formoso

Em Palmares, uma das cidades que mais sofreu com a última grande cheia de Pernambuco, em 2010, a enchente atual foi considerada pelo prefeito Altair Júnior como de média proporção. Há mais de 10 mil desalojados e mil desabrigados no município. O comércio da parte baixa da cidade foi quase todo afetado. O distrito de Santo Antônio dos Palmares está completamente isolado por causa da queda da ponte de acesso. O estrago só não foi maior, na avaliação do gestor, por causa construção da barragem de Serro Azul, no Rio Una. “No começo da semana ela tinha 7 milhões de metros cúbicos [de água] armazenados. Hoje está com 80 milhões de metros cúbicos. Então, se não tivesse a barragem, Palmares tinha saído do mapa”, disse.

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A Serro Azul é a única das cinco barragens prometidas desde a cheia a 2010 que foi efetivamente construída. Elas serviriam para prevenir cheias, mas as obras foram paralisadas em diferentes anos, até 2014. Um dos motivos apresentados pelo governo do estado é a falta de repasse de recursos federais. No caso de Palmares, a inundação ocorreu depois da barragem de Serro Azul, por causa de dois afluentes: rios Panelas e Pirangi, que seriam contidos pelas barragens não construídas. Nesta segunda-feira (29), o governador Paulo Câmara sobrevoou a região e desceu em Palmares para verificar os estragos.

Já em Rio Formoso, que registrou o maior volume de chuva neste fim de semana (quase 400 milímetros no sábado e domingo), um dos maiores prejuízos foi a destruição do Hospital e Maternidade Maria José Monteiro. Segundo a prefeita Isabel Hacker, equipamentos, vacinas e salas de cirurgia foram perdidas. “E o prédio estava em obras, fomos pegos de surpresa. Grande parte do que a gente já tinha feito ficou totalmente danificado. E perdemos tudo o que tinha dentro”, diz.

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É nesta cidade que o governo estadual quer instalar um hospital de campanha das Forças Armadas para atender a população de forma emergencial. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) esteve na cidade nesta tarde para escolher o local exato.

Ainda não se sabe quando ele será instalado, já que ainda é preciso que o Exército disponibilize a estrutura.

No município, além do hospital, 1,7 mil residências e 7 mil pessoas foram afetadas pelas chuvas. Dos nove postos da Estratégia de Saúde da Família (ESF), seis estão danificados. Prédios do Conselho Tutelar, escolas e creches também foram afetadas.

Da Folha de PE