selo-farolFotos: Farol de Notícias / Manu Silva

Mesmo diante de todos os problemas que a saúde pública no Brasil enfrenta, há diversos profissionais que amam o que fazem e sofrem junto com a dor de centenas de pacientes que passam todos os dias pelas emergências dos hospitais. O FAROL DE NOTÍCIAS foi até o Hospam conhecer as técnicas de enfermagem que trabalham há mais tempo no hospital e saber um pouco das histórias que ajudaram a forjar o Agamenon Magalhães. Juntas, as profissionais somam 82 anos de experiência na mesma unidade. Elas abriram o coração e relataram os momentos mais difíceis e marcantes de suas carreiras.

A mais antiga das funcionárias do Hospam é Maria do Rosário Alves, 53 anos, há 23 anos trabalha no hospital e revela alguns desafios da profissão. “Não planejei ser técnica de enfermagem, quando eu tinha 17 anos perdi alguém da família e tinha que trabalhar e entrei na área da saúde, gosto muito do que faço porque se não gostar, em relação ao salário não dá. Foram muitos momentos emocionantes na minha carreira, mas quando é com criança mexe mais. Um pessoal de Roças Velhas chegou e um carro de boi tinha passado por cima do menino e chegou com os ossos quebrados, em óbito e o pai não compreendia que ele estava morto”.

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Outra técnica de enfermagem é a Sidinalva Rodrigues da Silva, 42 anos e há 21 anos no hospital, hoje atua no bloco cirúrgico. “No hospital público é que a gente vê as dificuldades de atender os pacientes, recursos que hoje têm mas antes não tinham, era um atendimento no improviso, isso que me chocou. Inúmeras coisas a gente vê aqui, no setor do bloco cirúrgico que pega mais acidentes e traumas com tiros, facadas e tem que agir rápido. Mas o que me emocionou bastante foi de um caminhoneiro há 18 anos atrás, ele era do Rio Grande do Sul e levou uma facada, não resistiu e o pessoal do hospital foi quem velou ele no BM até transportarem ele para a família”.

Já Lenilda Maria dos Santos, 47 anos, é funcionária há 19 anos e enfatiza que as profissionais devem ter amor pelo ofício. “A saúde pública é muito diferente porque mexe muito com o emocional. Sempre trabalhei em Serra e conheço os pacientes, as reclamações e são pessoas que criam laços com o Hospam. Na pediatria lembro de uma criança de três anos que chegou clinicamente bem, mas teve uma parada cardiorrespiratória. Foi reanimada, mas infelizmente essa a gente não conseguiu salvar. Tem horas que a gente chora, a lágrima desce e não é brincadeira. Nunca quis fazer outra coisa, me apaixonei e tem que ter muito amor e dedicação pelo que faz”.

Maria Joelma da Silva, 42 anos, sempre sonhou em trabalhar na área da saúde e há 19 anos começou por causa da mãe. “Já passei por todos os setores do Hospam, mas há 7 anos estou na pediatria. Meu primeiro plantão aqui foi na clínica cirúrgica em uma Sexta-feira Santa, num dia grande. Estava praticamente iniciando a carreira e foi difícil, mas minha colega ‘Nevinha’ me ajudou muito. Mas foi uma coisa que eu sempre quis e amo o que eu faço. Fiz magistério, mas sempre quis vir para a saúde e minha mãe esteve muito tempo doente e quando vi a equipe médica cuidando dela jurei para mim mesma que um dia faria o mesmo por outras pessoas”.

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Maria do Rosário é a mais antiga das técnicas de enfermagem do Hospam e afirma que a profissão traz desafios todos os dias

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Sidinalva Rodrigues está há 21 anos no hospital e já atendeu diversas emergências graves no bloco cirúrgico

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Lenilda dos Santos enfatiza que as profissionais que estão chegando na saúde devem ter muito amor e empenho na profissão
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Após acompanhar os tratamentos da mãe em hospitais de Serra e Recife, Maria Joelma abraçou a profissão que sempre sonhou ter